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13 de maio de 2025

Moro sempre soube: Lula é insubstituível

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Foto: Ricardo Stuckert/PT

O ex-presidente Lula (PT) pode vencer as eleições no primeiro turno ou ingressar no segundo com larga vantagem sobre o adversário Jair Bolsonaro (PL). A conclusão é do jornalista Mateus Leitão, da revista “Veja”, que, comparando pesquisas, registrou que há um ano o petista tem média de 44% das intenções de voto. O analista é insuspeito: filho da jornalista Míriam Leitão (O Globo), entusiasta do impeachment de Dilma Rousseff, é irmão do também jornalista Vladimir Netto (TV Globo), que, na onda do lavajatismo, escreveu biografia bajuladora do então juiz Sérgio Moro. Não é “comunista” nem “petralha”. O que Mateus, a mãe e o irmão não demonstram (ainda) ter notado é o que o dito Moro notara há mais de quatro anos: Lula é insubstituível. Quando trancafiou Lula na cadeia em 2018, sonegando-lhe a disputa eleitoral com sentenças questionáveis, o chefe da Lava Jato tinha essa certeza. Foi assim que se aproximou de Bolsonaro e virou ministro. Agora, sem tônus político, tratado como traidor pelo poder que germinou, Moro volta a enxergar a realidade que havia batido a sua porta e a qual quis soterrar: “Lula é insubstituível”.

Cumpra-se

A propósito do ex-juiz, o Comitê de Direitos Humanos da ONU reconheceu as armações que ele cometeu. De herói anticorrupção a terceira via, desabou à condição de espantalho do (mau) direito.

Expelido

Os dados comparados por Mateus Leitão mostram que Bolsonaro também ficou estável, com variação de 23% a 26% de março de 2021 a abril de 2022. Quando Moro foi expelido do organismo político e da cena eleitoral, Bolsonaro até teve crescimento expressivo – 5% em abril. Ainda assim, está longe de Lula.

Esforço

Seguidor nenhum de Bolsonaro pode acusá-lo de leniência, desânimo, pouco caso ou preguiça diante do destino que eventualmente terá. Com esforços visíveis, ele tem feito de tudo para manter o mando: distribui verbas ao Centrão, xinga ministros do STF, ameaça dar golpe de Estado, espalha fake news, manipula a Polícia Federal e atiça as Forças Armadas contra as instituições. E faz campanha eleitoral antecipada. Bolsonaro nunca deixou de ser Bolsonaro.

Exemplo

O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão (PDT), atirou no que viu e acertou no que não viu. O êxito da campanha “A Leitura Liberta”, que arrecadou 10 toneladas de livros para o sistema prisional, está estimulando entidades da sociedade civil em mobilizações similares. Umas querem, ainda, doar volumes. Outras querem conhecer a experiência para replicá-la.

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