Começamos a colher os frutos da terceira melhor quadra chuvosa dos últimos 10 anos no Ceará. Os 621,3 milímetros – registrados de fevereiro a maio – mudaram o cenário, garantiram recarga de açudes e terra molhada. Podemos dizer que há conforto hídrico no Sertão. As precipitações influenciam diretamente na redução das áreas secas.
Segundo o Monitor de Secas, entre abril e maio, o Ceará teve um recuo da área com seca de 19% para 17% do estado – a menor desde o início do Monitor de Secas em julho de 2014. Em termos de severidade, o fenômeno ficou estável, pois somente a seca fraca foi registrada no território cearense. Essa é a menor severidade na escala do Monitor e a menor intensidade do fenômeno já registrada no Ceará desde o início do Monitor em julho de 2014.
E qual o impacto desses números? Na prática, teremos um período de estiagem menos severo e, consequentemente, mais facilidade de produção de alimentos e abastecimentos humano e animal. No Ceará, o Monitor de Secas é coordenado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE). Esses órgãos atuam diretamente na linha de frente do estado, ou seja, monitoram clima, níveis de açudes e a realidade no campo. O mapeamento do cenário local é enviado à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), responsável pela divulgação do cenário geral do País.
No Nordeste, região brasileira mais afetada pelo fenômeno, além do Ceará, o Monitor de Secas registra estabilidade no Maranhão e no Piauí. Nos outros seis estados nordestinos houve abrandamento da seca. O balanço dos órgãos ligados ao clima e ao campo traz alívio para região.