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21 de março de 2025

Ministério da Fazenda prevê queda da inflação dos alimentos até o fim do ano

Para 2025, a Secretaria de Política Econômica do MF projeta elevação de 4,8% no Índice Nacional de Preços aos Consumidor Amplo (IPCA), variação similar à observada em 2024
A inflação da alimentação deverá ceder até o fim do ano e apresentar recuo, principalmente em razão de um cenário climático melhor. Foto: Natinho Rodrigues/ Arquivo/ Opinião CE

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A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (MF) apresentou, nesta quinta-feira (13), projeções macroeconômicas para o país em 2025. Segundo a pasta, a inflação da alimentação deverá ceder até o fim do ano e apresentar recuo, principalmente em razão de um cenário climático melhor, de safras recordes e do fim da reversão do ciclo do abate de bovinos.

“A gente está vendo que, por exemplo, uma safra muito favorável de soja, arroz e feijão vai ajudar a conter os preços de cereais, leguminosas e derivados da soja. Estamos vendo também que, a partir de março, a projeção é de neutralidade climática, o que tende a ajudar o preço de frutas e hortaliças, entre outras”, destacou a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal.

CARNE

O comportamento do preço da carne em 2025, segundo Raquel Nadal, terá um papel central no resultado da inflação da alimentação. O preço do produto deverá desacelerar em razão do fim da reversão do ciclo do abate, período em que as vacas são destinadas ao abate, após a retenção delas para procriação e a entrada dos bezerros no mercado. Ela acredita que isso aumentará a oferta de animais para o mercado.

“O impacto maior da reversão do ciclo de abate na inflação se deu já em 2024. Então, a tendência é de desaceleração desses preços [em 2025]. Se o preço da carne subiu cerca de 20% em 2024, este ano, essa inflação deve desacelerar. Então, nós estamos vendo tudo isso ajudando na contenção da inflação de alimentos”, prevê Raquel Nadal.

A subsecretária frisou que os preços do café e do leite subiram em 2024, impactados pelas estiagens e queimadas no segundo semestre do ano. A inflação no preço da laranja ocorreu, segundo ela, devido ao greening, doença que prejudica a produção de cítricos.

O maior choque nos preços de alimentos no ano passado, conforme a subsecretária, veio em razão da reversão do ciclo de abate de bovinos, de agosto em diante. A queda no abate, somada ao forte crescimento das exportações em 2024, levou a uma alta de mais de 19% no preço das carnes bovinas.

“A alta foi tão relevante que, excluindo carnes bovinas do índice de inflação, teríamos uma inflação de alimentos em cerca de 6,2% em vez de 8,2% em 2024. Nesse cenário, a inflação cheia teria fechado 2024 dentro da meta, em 4,5%”, destacou Raquel Nadal.

Para 2025, a Secretaria de Política Econômica do MF projeta elevação de 4,8% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), variação similar à observada em 2024.

Com informações da Agência Brasil.

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