O Ceará apresentou o seu novo treinador para o restante da temporada, Lucho González, na manhã desta segunda-feira, 29, em entrevista coletiva. O argentino terá a sua primeira experiência como treinador na carreira, e respondeu o porquê que escolheu o alvinegro, falou da sua forma de trabalhar, sobre o elenco e suas inspirações como treinador. O primeiro desafio do novo técnico será diante do Flamengo, na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, no domingo, 4, às 11 horas, no Maracanã.
Questionado sobre os motivos que o fizeram dizer “sim” ao Ceará, o treinador foi enfático. “Primeiro, pela grandeza do clube. Segundo, porque quando me reuni com o presidente, analisando os objetivos que o clube tem, são desafios importantes. Eu e minha comissão analisamos o grupo de trabalho, os jogadores que hoje em dia o Ceará tem, e a gente é mexido a desafios. Eu estou muito ansioso, feliz e orgulhoso de poder estar aqui”, respondeu o novo comandante.
Primeira experiência como treinador
Questionado sobre a desconfiança da torcida sobre a inexperiência no cargo de técnico, aliado ao momento ruim do clube, Lucho respondeu:
“É normal que, por ser o primeiro trabalho a frente de um grande time, a desconfiança vá existir. Mas estamos muito bem preparados, conhecemos bem o Campeonato Brasileiro, estou há cinco anos, quase seis, aqui (no Brasil) e sei das dificuldades que os clubes do Nordeste atravessam com a logística. Mas, como falei, nós temos um desafio grande, acho que o time tem qualidade individual, um espírito competitivo, que é isso que eu quero que o time mostre jogo pós jogo”.
O argentino completa, falando das expectativas para o próximo confronto e de como vai trabalhar o mental do elenco. “É isso que vamos atentar fazer nesta semana, temos um jogo importante para somar os três pontos, e meu pensamento, assim como o da comissão, é olhar para a parte de cima da tabela, não olhar para a parte de baixo, passar confiança ao grupo, trabalhar o psicológico. E o externo, tentar se fechar, juntamente para isso, para não afetar a parte psicológica”, relatou Lucho.
Estilo de jogo
“Quanto ao sistema de jogo, eu gostaria de ver um time curto, com poucos passes entre linhas, um time que seja agressivo, que goste de ter a bola, mas ao mesmo tempo que tenha o timing para quando atacar e quando fazer um posicionamento com mais movimentações. E um time que mostre espírito competitivo, eu acho que quando você cria isso dentro de um grupo, os resultados acompanham, e as vitórias vão trazer uma tranquilidade”, falou o argentino sobre a forma como pretende fazer seu time jogar.
Vina
Lucho foi questionado sobre o meia Vina, destaque do clube e ídolo da torcida, e como ele pretende usar o atleta em campo. “Vina é um jogador que já conheci no Athletico Paranaense. É um jogador que representa muito para o clube, para a torcida e para o grupo também. Dá para ver que é um cara que transmite muito, que sente, que vibra com o jogo. Sobre seu estilo (de jogar), é um jogador que precisa estar em contato com a bola o tempo inteiro, se espera coisas diferentes dele porque você que quando ele toca na bola acontece algo diferente. Então vamos deixá-lo bem à vontade, mas cumprindo também as tarefas defensivas, que hoje no futebol são tão importantes”, respondeu o treinador.
Inspirações como técnico
Com larga bagagem como atleta, Lucho foi treinado por grandes treinadores ao longo da carreira. “Na minha carreira como jogador me senti um privilegiado por ter sido treinado por grandes treinadores, sejam argentinos, portugueses, franceses, como Deschamps, brasileiros também. Mas agora, estando desse lado, o que quero é melhorar os jogadores, seja no individual, na parte humana ou na parte anímica”, respondeu de forma suscinta.
Logo após, ele voltou a responder sobre a questão:
“Tive um treinador para mim que sempre me manifestei admiração que foi Marcelo Bielsa, uma pessoa que me serviu muito, me deu a possibilidade de jogar na seleção Argentina, e ao mesmo tempo fez com que agente não perdesse nossos valores humanos, que acho que é o mais importante. Há muitos outros que me identifico também, como (Diego) Simeone, que faz um trabalho extraordinário, (Marcelo) Gallardo no River Plate também, por aqui (no Brasil) o próprio Paulo Autuori foi uma referência para mim como treinador e ser humano”.