Formalizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2012, o dia 21 de março é reconhecido como o Dia Internacional da Síndrome de Down. Após 12 anos, a data vem mobilizando ações de inclusão e visibilidade às pessoas com a síndrome, além de prestar apoio às famílias e contribuir com a disseminação de informações que possam combater os estigmas voltados para esses indivíduos. Na capital cearense, a Associação Fortaleza Down vem prestando esse serviço, que já impactou mais de 6.000 pessoas com suas ações.
“Essa data é muito importante para conscientizar a sociedade sobre a inclusão e garantir os direitos da pessoa com T21, através de visibilidade e voz para que essas pessoas ocupem os seus lugares na sociedade.”, declara Alessandra Costa, idealizadora da Associação Fortaleza Down
A síndrome também é conhecida como Trissomia do Cromossomo ou T21. O dia 21 de março foi escolhido pela ONU por representar a alteração genética, em que a pessoa tem três cromossomos no par 21, ou seja, um a mais do que o usual. Dessa forma, o 21/03 se tornou o símbolo na luta pelos direitos dessas pessoas. A campanha deste ano, que se estende por todo o mês de março, aborda, principalmente, como temática a ser discutida, as oportunidades direcionadas para as pessoas com síndrome de down.
Alessandra, vice-presidente da Fortaleza Down, afirma que muitas empresas em Fortaleza estão inserindo pessoas com a síndrome e com outras deficiências em seu quadro de funcionários e acredita que é necessário visibilizar ações de conscientização para que mais empresas venham a incluir as pessoas com T21 em diferentes setores, valorizando suas individualidades. Ela ainda aborda sobre as dificuldades que ainda as pessoas com síndrome enfrentam, com o preconceito e a falta de preparo dos profissionais para recebe-las nas empresas.
” Elas (empresas) têm que se qualificar e se informar pra poder receber esses jovens, porque não adianta só cumprir as cotas, elas precisam inserir esses jovens e inserir essa pessoa com T21 naquela função em que ele foi contratado e que ele consiga exercer o seu papel como qualquer outro funcionário. E que ele seja valorizado e respeitado.”, alega Alessandra.
O mês de março também é voltado para disseminar informações que possam combater os estigmas sobre a síndrome, gerando uma convivência saudável desses pessoas em todas as esferas sociais, seja no mercado de trabalho, na cultura ou esporte.
MERCADO DE TRABALHO
Victor Diniz, de 35 anos, é um dos muitos jovens com T21 que estão inseridos no mercado de trabalho. Ele iniciou sua vida profissional por meio do programa Primeiro Passo, onde atuou como assistente administrativo. Victoria Diniz, mãe de Victor, fala que ser inserido no mercado de trabalho possibilitou ao filho uma maior independência e autonomia. Atualmente, Victor trabalha na Ibyte como assistente na loja, mas também possui espaço para explorar suas habilidades com marketing, participando de vídeos que viralizam nas redes sociais da loja.
“Eu me transformo a cada dia mais, com a maturidade e a experiencia de vida que eu tenho. Está inserido no mercado de trabalho pra mim é uma responsabilidade e de um crescimento que eu sempre busquei. Conquistei projetos e cada dia mais estou superando limites.”, afirma Victor.
Davi Souza, de 30 anos, também trabalha atualmente na empresa, e já passou pela Drogasil e a Secretaria de Proteção Social. Ele fala sobre a importância da garantia dos direitos para as pessoas com T21.
“Nós temos que ser vistos, olhados, amados e ter muitas oportunidades e poder sonhar. Ter direito de ter dinheiro, de ter trabalho digno, de ser cidadão.”, alega Davi.
Ketleyane Garcia, de 31 anos, está trabalhando na Gran Marquise Hotel e aborda a importância de existir uma data voltada aos direito das pessoas com Síndrome de Down. Sua expectativa é que a a data alerte a sociedade quanto as oportunidades para as pessoas com T21 e que o preconceito seja combatido. Elane Mara, mãe de Ketleyane, se mostra grata por ter a filha inserida no mercado de trabalho.
“É gratificante ver ela no mercado de trabalho. A luta foi grande, a gente vai em busca de oportunidade e provar que eles são capazes sim, que eles conseguem vencer esses limites e hoje eu vejo ela chegar do trabalho, feliz realizada e principalmente se sentindo inserida. Então, é maravilhoso para nós pais ver essa alegria essa satisfação da nossa filha.”, comemora Elane.
Claudete, mãe de Marcelo, que possui a Síndrome, fala com orgulho sobre a atuação do filho do mercado de trabalho, que está a 8 anos exercendo a função de Inspetor do terceiro ano do ensino médio no Colégio Master. Ela é grata pela presença do filho e comemorar o fato dele está em um cargo de confiança na escola. Claudete informa que busca o protagonismo do filho na sociedade e tem planos de lançar um livro escrito por Marcelo no futuro.
ASSOCIAÇÃO FORTALEZA DOWN
A Associação Fortaleza Down, criada em 2012, é uma instituição que vem atuando na defesa e na garantia dos direitos das pessoas com Síndrome de Down, promovendo ações sociais, culturais, esportivas e profissionais para as pessoas com a Trissomia do Cromossomo 21. Atualmente, mais de 600 família são impactadas pelas ações no órgão, com acolhimento, encaminhamento terapêutico, suporte de cestas básicas e participação em eventos de conscientização, além de atividades de formação e lazer.
Na campanha deste mês, a associação vem realizando evento, como o que ocorreu no último domingo (17), quando aconteceu o Show de Inclusão, na Avenida Beira Mar. Na ocasião, houve apresentações musicais da Clínica mais Afeto, da banda Som Kids, e de jovens da Associação Fortaleza Down. Além da programação prevista, o sanfoneiro Waldonys chegou ao local de parapente e se apresentou ao lado do jovem Mateusinho, artista Down. O encerramento do evento foi com o show da dupla Luis Marcelo e Gabriel.
A programa se estende nessa semana, com o II Seminário Essência de Puro Amor, que vai ocorrer na quinta-feira (21), no Auditório Murilo Aguiar – Anexo I na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) e com a Sessão Solene pelo Dia internacional da Síndrome de Down, no Plenário 13 de Maio. Já na sábado (23), deve ocorrer uma exposição fotográfica, no Parque Manibura.
PROGRAMAÇÃO:
– Dia 21/3 – 13h30min – II Seminário Essência de Puro Amor (Auditório Murilo Aguiar – Anexo I
– Assembleia Legislativa do Ceará; 17 horas – Sessão Solene pelo Dia internacional da
Síndrome de Down (Plenário 13 de Maio da Alece (Rua Barbosa de Freitas, 1674)
– Dia 23/3 – Exposição Fotográfica (Rua João Regino, 380 – Parque Manibura)