Durante meses o Ceará foi um depósito de notícias ruins. O clube não podia contratar ninguém porque estava proibido. Jogadores entravam na justiça para receber atrasados. As revelações da base estavam sendo negociadas apreço de banana para saldar dívidas. E por aí vai! Não tenho costume de consultar amigos sobre a situação deum ou outro clube, mas como a do Ceará se arrastava à muito tempo, peguei o telefone e liguei para Manoel Castelo Branco Camurça. Do outro lado da linha o Castelinho não atendeu, mas depois retornou.
Castelinho sempre foi um bombeiro que apagava as chamas da fogueira das vaidades dentro do Ceará. Acompanhei-o de perto. Fui jogador, preparador físico, técnico da base, do profissional e gerente de futebol. Qualquer problema e lá estava ele com sua bolsa de couro.
Sem me pedir segredo informou que o Presidente do Conselho Deliberativo e o Presidente Executivo do Clube já estão sentando na mesma mesa e conversando sobre as reformas que o clube necessita, bem como, a elaboração de um Estatuto que atenda os torcedores. A possibilidade de entendimento pacifica o clube e por ter uma torcida imensa e ser uma grande força do futebol do Nordeste às portas se abre. Em um tempo em que o futebol deixou de ser lúdico e espontâneo e virou um grande negócio é necessário ter credibilidade na praça.