Localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, o município de Maranguape foi destaque em programa nacional de sustentabilidade ao apresentar projeto Parque Pirapora – de infraestrutura sustentável resiliente aos efeitos das mudanças climáticas. Com 131 mil habitantes, a cidade cearense recebeu apoio do WRI Brasil no Acelerador de Soluções Baseadas na Natureza em Cidades e foi uma das duas selecionadas para a fase final do programa, ao lado de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
O projeto cearense prevê a construção de um parque multifuncional ao longo do curso do Rio Pirapora, que corta a cidade. Liderado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), o plano combina equipamentos públicos com soluções baseadas na natureza como bacia de detenção naturalizada, jardins de chuva, biovaletas e trincheiras de infiltração, o parque realizará o manejo sustentável das águas pluviais, a revitalização do rio e a qualificação do espaço urbano adjacente. Até abril de 2024, as duas cidades finalistas contarão com capacitação e assessoria do Acelerador dedicada para que consiga acessar financiamento visando implementar a ideia.
“Maranguape propõe abordar uma questão fluvial sistêmica, profunda. É um grande projeto de adaptação”, avalia Henrique Evers, gerente de Desenvolvimento Urbano do WRI Brasil. “A seleção reconhece a qualidade dos projetos dos pontos de vista técnico, jurídico e financeiro, e o comprometimento dos proponentes com a adaptação climática, a equidade e o desenvolvimento urbano sustentável”.
A seleção dos dois projetos finalistas levou em conta a evolução das propostas ao longo dos primeiros oito meses de capacitação e mentoria e a apresentação diante de uma banca de especialistas em um evento em Brasília, na semana passada. Até abril de 2024, as duas cidades contarão com capacitação e assessoria do Acelerador dedicada para que consiga acessar financiamento visando implementar a ideia.
PLANEJAMENTO
Conhecida por ser cidade natal de Chico Anysio, Maranguape abriga a casa onde o humorista nasceu, na área do Parque Pirapora. O projeto da Semurb prevê uma rua-piloto próximo à casa, onde o Governo do Estado implantará um complexo cultural. A rua em frente ao futuro complexo receberia uma série de intervenções de SBN, demonstraria o potencial paisagístico e a eficiência das soluções verdes e aumentaria a confiança no investimento no projeto em todo o território.
Morganna Rangel, diretora de Desenvolvimento Urbano da Semurb, comemorou a evolução do projeto ao longo da primeira fase do Acelerador. “As cidades médias e pequenas têm pouca estrutura, e a dificuldade é imensa para trazer um projeto como esse, em escala urbana, de transformação de várias comunidades. Precisamos de ajuda. Sabemos que a economia da cidade é beneficiada pelo projeto, mas temos de compartilhar os ganhos com quem mais precisa”, ponderou.
Pelos cálculos da Semurb, o parque poderia beneficiar diretamente mais de 11 mil pessoas, sendo mais de 4 mil em situação de pobreza. As intervenções ainda poderiam ser expandidas para o restante do município, com o potencial de evitar cerca de R$ 2 milhões em danos materiais até 2050, e R$ 7,8 milhões em produtividade sacrificada do Parque Pirapora.