Um grupo de manifestantes pichou as paredes e ateou fogo em um boneco do gabinete do deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, André Fernandes (PL), na madrugada desta segunda-feira (1º). Em suas redes sociais, o parlamentar comentou sobre o assunto, afirmando que o episódio se tratou de uma “clara ameaça” ao seu nome. O movimento Levante Popular da Juventude, na data que marca os 60 anos do golpe militar, realizou manifestações em frente de residências e comitês de políticos investigados por participação na tentativa de golpe de 8 de Janeiro de 2023. Fernandes foi investigado por instigar atos.
“Na madrugada de hoje (01/04), um grupo de criminosos foi até o meu gabinete parlamentar em Fortaleza para vandalizar as paredes com pichações e atear fogo em um boneco com o meu rosto em uma clara ameaça! Pelos vídeos das câmeras de segurança e pelas imagens postadas em redes sociais já podemos perceber que se trata de movimentos ligados ao PT. Logo mais farei um pronunciamento sobre isso. As providências serão tomadas!”, escreveu Fernandes.
No gabinete do pré-candidato, localizado na Avenida Barão de Studart, no bairro Dionísio Torres, o grupo escreveu “golpista” na parede e levou um cartaz com os seguintes dizeres: “Memória, verdade, justiça! Sem anistia pra golpistas!”. O movimento Levante Ceará, em suas redes sociais, publicou imagens do momento. “Pede arrego, André!”, escreveram.
Em nota, o diretório estadual do Partido Liberal no Ceará manifestou “indignação e protesto contra os atos de vandalismo na sede do escritório parlamentar do deputado federal”. “As autoridades devem agir para identificar os autores, de forma que, além de denunciados e punidos, possam reparar os danos causados ao patrimônio. Ao ameaçar e violar a imagem do deputado federal mais votado do Ceará em 2022, o bando criminoso revela uma fúria autoritária e persecutória, distinta da esperada por quem, supostamente, defende a democracia.”
“O PL Ceará presta solidariedade ao deputado André Fernandes e reafirma o seu compromisso na defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito.”
DEMAIS ATOS DO LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE
Os atos do Levante Popular da Juventude atingiram deputados e lideranças da direita investigados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro em 12 estados brasileiros. Dentre os alvos, estão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Pedro Lupion (PP-PR), Clarissa Técio (PP-PE), Nicoletti (União Brasil-PR), Silvia Waiãpi (PL-AP), o ex-ministro Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, o presidente da Aprosoja e um dos financiadores do 8 de janeiro, Antônio Galvan, além de André Fernandes.
O Levante da Juventude explicou que o “escrachamento” aos gabinetes e residências de deputados ocorreu por “justiça” e para denunciar os golpistas do 8 de janeiro. “Acreditamos que há uma relação indissolúvel entre a não responsabilização dos crimes ocorridos durante a Ditadura Militar e os ataques golpistas do 8 de janeiro”.
“Não se faz justiça com esquecimento e não há democracia sem verdade e memória. É preciso punir os golpistas do 8 de janeiro para que golpes contra a democracia brasileira nunca mais aconteçam!”, completou o movimento.