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7 de setembro de 2024

Mandem boas notícias do mundo de lá – para variar estamos em guerra

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Na última semana de recesso, atualizando o computador ambulante, deparei-me com nomes ainda vivos na memória da tela e o coração entristeceu. ‘Deus, quantos entes queridos não se encontram mais residentes nesse mundo’. Amigos de infância, primo querido, professores, boêmios, artistas e músicos que deixaram suas marcas sensíveis nos arranjos de minhas canções. Cá para nós: gente da melhor qualidade e quase todos bem mais jovens. Sinto-me tão jovem e disposto para tantas coisas, mas o “sumiço” dos amigos é sinal de alerta da curva do gráfico que só cresce na direção inversa. Deviam mandar boas notícias do mundo de lá, até porque nunca fui desafeito a tais notícias.

Medo, jamais! Evitando as canções que trazem boas, mas também recordações não tão interessantes, caí na besteira de ligar a TV. Aquela enxurrada de notícias tristes e preocupantes – repetições constantes do atentado a Donald Trump, cacique-mor da extrema-direita dos Republicanos, desistência do democrata Joe Biden a reeleição, perpetuação da violência contra civis inocentes na Ucrânia e em Gaza, ameaça de guerra civil antes da eleição por Nicolás Maduro e a violência empreendida pela extrema-direta após a eleição na Venezuela.

Como se não bastasse, dia 31, o assassinato de Ismail Haniyeh, chefe máximo do Hamas em visita a Teerã, no Irã. Não tem cristão em sã consciência que não fique, no mínimo, preocupado. O Estado de Israel, apesar de não assumir o ataque, afirmou: “Demos ‘golpes esmagadores’ em aliados iranianos”. Como era de se esperar, a reação do líder supremo iraniano foi imediata, ordenou “ataque direto contra Israel”.

Joe Biden desistiu da campanha presidencial, mas a democrata bola da vez, Kamala Harris, manteve o mesmo discurso em relação ao conflito na Palestina: “Defendemos a autodefesa e reação de Israel, mas não a violência contra civis”. Não precisa ser tão esperto para entender – quer sejam Democratas ou Republicanos, os presidentes norte-americanos historicamente sempre apoiaram os governos de Israel e continuaram, o que só faz crescer a preocupação. Um ataque do Irã ou qualquer país árabe a Israel, e a Rússia apoiar os árabes-palestinos, a situação pode caminhar para uma história que já vimos antes. Teríamos uma nova versão da Guerra Fria.

E, por falar em EUA, recentemente, na convenção da Associação Nacional de Jornalistas Negros, Trump sugeriu que Harris utiliza-se da identidade negra para tirar proveito político, assim disse: “Ela é indiana ou negra? Ela era indiana por completo e, de repente, deu uma guinada e se tornou uma pessoa negra”. Barak Obama não era totalmente africano, assim com Kamala Harris, cuja mãe era indiana e o pai negro. A tal da democracia norte-americana, hoje, está cada vez mais racista, excludente, desacreditada e parece estar indo pelo ralo mesmo. É melhor deixar a história e o noticiário de lado e voltar às canções: “Alô, alô, marciano/Aqui quem fala é da Terra/Pra variar, estamos em guerra/Você não imagina a loucura/O ser humano tá na maior fissura/Cada um por si, todo mundo na lona/Tem sempre um aiatolá pra atolar, Alá”. Acho que os mansos não herdarão a terra.

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