A luz do ponto mais alto de Juazeiro do Norte atravessa o “mosaico sagrado.” Um quebra-cabeça de vitrais coloridos que formam a imagem de Jesus ajoelhado. Há ainda símbolos sertanejos e religiosos como candeeiro, terço e chapéu. O avanço na obra da igreja do Senhor Bom Jesus do Horto traz alegria a juazeirenses e romeiros que esperam a conclusão do templo em forma de espiral há 23 anos. A demora tem uma explicação: a obra é feita com doações. Os recursos chegam, mas não há valor fixo e nem frequência constante. A falta de dinheiro acaba sendo inversamente proporcional à grandiosidade do projeto, que soma 50 metros de altura numa área de 4 mil m².
Certamente, quando sonhou com essa igreja, Padre Cícero não imaginava algo tão imponente e belo. Porém, a decisão de encher os olhos dos romeiros – que têm o coração inundado de fé – foi acertada. A nação romeira merece e já reconhece o espaço como local sagrado. Tanto que a igreja realiza celebrações e é visitada pelos devotos. Como tudo em Juazeiro, a igreja no alto do Horto também tem seus pequenos milagres.
“Tivemos a graça de conseguir acesso à água do poço. Que foi uma descoberta de fé, mais do que de estudos, porque a indicação era que seria de difícil acesso. Mas a gente teve essa graça de conseguir alcançar esse lençol [freático] e agora vai beneficiar diretamente os romeiros do Padre Cícero.” A declaração é do assessor da Colina do Horto, Francisco Mário de Sousa, que acompanha a obra e todos os processos no seu entorno. Ainda não se sabe ao certo a data da finalização da igreja. É possível que leve mais 1 ou 2 anos. Mas, certamente, ela já faz parte da história religiosa da cidade caririense e dos encantos e encontros do povo romeiro.