Entre os 184 municípios cearenses, 145 cidades obtiveram nota igual ou superior a 6,0 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para os anos iniciais do ensino fundamental em 2023, o que representa 78,8% do território do Ceará. O destaque do Estado foi o município Pires Ferreira, sendo a única cidade cearense que alcançou a nota máxima (10) no Ideb para os anos iniciais do ensino fundamental. Em seguida, estão Coreaú, Jijoca de Jericoacoara, Independência, Pedra Branca, Novo Oriente, Ararendá, Deputado Irapuan Pinheiro, Tamboril e Sobral, que apresentam nota superior a 9,0. Para essas cidades, o crescimento do Ideb variou entre 95,9% e 170,3%, nos anos de 2007 a 2023.
As informações foram divulgadas, nesta sexta-feira (29), pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Com o resultado positivo, a cidade de Pires Ferreira avançou 14 anos em sua política educacional dado os paramentos estabelecidos pelo Ministério da Educação. Além da cidade, os outros 9 municípios com os maiores esforços no cumprimento da meta apresentaram projeções negativas com respeito à meta do MEC, pois já ultrapassaram a nota 6,0 estabelecida. No caso de Pires Ferreira, a política educacional teria que retroceder, ao menos, 14 anos para retornar a nota 6,0 no Ideb, e cinco anos, considerando a meta de 9,9. Inicialmente, o prazo para chegar a meta estipulada era 2021. Devido à pandemia da covid-19, os cálculos foram postergados para o ano passado.
No Ceará, 21,2% dos municípios não alcançaram o resultado igual e superior a 6,0. Entre as cidades cearenses com os piores níveis de esforço estão Caucaia, Barbalha, Juazeiro do Norte, Iracema, Quixelô, Catarina, São Gonçalo do Amarante, Boa Viagem, Arneiroz e Iguatu.
O analista de Políticas Públicas do Ipece, Victor Hugo, o Ceará está avançando na qualidade da educação básica, principalmente a do ensino fundamental, nas últimas duas décadas. Ele relaciona o resultado positivo com duas políticas públicas, a Cota-Parte do ICMS e o Programa de Alfabetização na Idade Certa, ambos lançados em 2007. A primeira iniciativa estabelece um modelo de incentivo financeiro aos municípios por melhor desempenho em aprendizagem escolar, além de recompensar as melhorias na saúde e meio ambiente. Já a segunda medida auxilia na implantação de metodologia padronizada de didática pedagógica e gestão escolar com foco em resultados.