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20 de abril de 2025

Maioria dos eleitores teme agressões por motivos políticos, diz pesquisa

Segundo a pesquisa, a maioria não apoia a bandeira armamentista, com 66,4% responderam que armar a população não aumentará a segurança
Mais uma vez as mulheres serão maioria entre as pessoas aptas a votar. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

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Um levantamento do Instituto Datafolha questionou a 2.100 pessoas, de 30 municípios, se elas têm medo de serem “agredidas fisicamente pela escolha política ou partidária”. Desses, 67,5% responderam que sim. A pesquisa foi encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps). Os dados foram coletados entre os dias 3 e 13 de agosto, com margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.

Pelo menos 3,2% dos entrevistados sofreram ameaças por motivos políticos em julho deste ano. A sondagem se dividiu em três índices: propensão à democracia; propensão ao apoio a posições autoritárias e propensão ao apoio à agenda de direitos civis, humanos e sociais.

Os participantes foram questionados sobre afirmações relacionadas à existência de racismo no Brasil, se homens podem ser divididos entre “fracos e fortes” ou se a democracia é preferível a qualquer outra forma de governo. Com isso, a pesquisa conseguiu identificar que o apoio a ideias autoritárias caiu em comparação com a pesquisa de 2017. Naquele ano, o índice de apoio a posições autoritárias era de 8,1 pontos e agora está em 7,29, numa escala que vai de 0 a 10.

Os discursos autoritários perderam força principalmente entre os mais jovens, de 16 a 24 anos. Já a tendência ao autoritarismo é maior para quem tem mais medo da violência urbana. Contudo, o apoio à democracia é considerado alto, com índice de 7,25. Todavia, o enfoque específico não foi questionado na pesquisa de 2017. No levantamento recente, 88,1% disseram que o candidato eleito deve tomar posse no dia 1º de janeiro. Outros 89,3% disseram ser essencial “escolher seus líderes em eleições livres e transparentes”.

A pesquisa indica maior apoio à democracia entre os mais escolarizados, enquanto pessoas com ensino fundamental incompleto “são os menos propensos” a defender o modelo. Sofreu leve diminuição o apoio à agenda de direitos civis, humanos e sociais, que foi do índice de 7,8 em 2017 para 7,6 neste ano. De acordo com o estudo, 82% das pessoas questionadas se disseram favoráveis a demarcação de terras indígenas, que parou de ocorrer durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a pesquisa, a maioria também não apoia a bandeira armamentista do presidente, com 66,4% respondendo que armar a população não aumentará a segurança. O Fórum Brasileiro é uma ONG criada em 2006 para tratar de assuntos e políticas relacionados à gestão da segurança pública no país. A Raps também é uma organização não governamental e apoia lideranças políticas de diferentes posicionamentos ideológicos, incluindo congressistas no exercício de mandato.

Com informações da Folha de S.Paulo

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