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26 de abril de 2025

Lupi pede tempo a Cid Gomes e tenta mediar solução para crise do PDT

Lideranças do PDT se reuniram em apoio ao senador e defendem que ele assuma presidência da sigla; Cid e Figueiredo se reuniram com mediação de Carlos Lupi
Foto: Dellano Rios

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Depois de uma semana com ânimos mais acirrados no PDT do Ceará, a expectativa era de que o senador Cid Gomes deixasse clara a ruptura com o deputado federal André Figueiredo, atual presidente da sigla no estado, e anunciasse sua intenção de disputar o comando do partido no Ceará. Mas a novela conflituosa do PDT no Ceará teve uma nova reviravolta.

O ministro da Previdência Carlos Lupi, presidente nacional licenciado do PDT, veio ao Ceará tentar mediar um entendimento entre as duas alas cada vez mais distantes do partido. A presença de Lupi foi revelada na noite de segunda-feira, pelo senador Cid Gomes, que comandou um encontro de lideranças e filiados do PDT que desejam a convocação de um encontro da executiva nacional, para pôr fim no racha interno da sigla.

Lupi se encontrou com Cid antes da reunião do senador com seus correligionários, no mesmo prédio onde mantém um escritório. Da reunião, saiu uma comissão para, liderada por Cid, se reunir com André Figueiredo, presidente em exercício do PDT nacional e presidente do partido no Ceará. A reunião aconteceu ontem, mediada por Lupi.

A comissão que acompanhou Cid Gomes foi formada por Bruno Oliveira (Bob), da Juventude Socialista; Júlio Brizzi, vereador de Fortaleza; Edinardo Filho, prefeito de Forquilha; Cirilo Pimenta, prefeito de Quixeramobim; Mauricio Pinheiro (Maurição), prefeito de Senador Pompeu; Marcos Sobreira, deputado estadual; Guilherme Landim, deputado estadual; Eduardo Birmarck, deputado federal; e Enfermeira Ana Paula, deputada federal em exercício.
Todos participaram da reunião, que teve nomes que, em 2022, defenderam a candidatura de Roberto Cláudio ao Governo do Estado. É o caso dos prefeitos de Senador Pompeu e Forquilha.

DISPUTA

Cid Gomes já havia manifestado seu interesse em comandar o PDT no Ceará para, “harmonizar” o partido. Para isso, precisa que o atual presidente da sigla, André Figueiredo não tente se reeleger ao posto. O senador não confirmou se irá para a disputa pelo comando do PDT, mas defendeu que “uma direção partidária deve expressar o sentimento da maioria dos componentes do partido. Esperamos que isso aconteça na paz. Passaremos a página das eleições, porque temos aí a próxima”.

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Evandro Leitão, uma das lideranças que comandaram o encontro, foi mais direto. O nome de Cid é, para ele, o mais indicado para presidir e recompor o PDT.

“Desde as eleições de 2022 que estamos sangrando. E temos que dar um freio nisso, temos que dar um basta. E esse basta, com todo respeito, é com a figura dele (Cid)”, defendeu Evandro Leitão. Segundo o presidente da Alece, prefeitos, parlamentares e outras lideranças do PDT têm provocado Cid Gomes por verem nele “o norte”. “Ele é nosso norte, a nossa referência, a que estamos precisando agora”, definiu Evandro.

Na reunião, foi distribuído o “Manifesto PDT Ceará Democrático”. Inicialmente, foi dito que os presentes assinariam e o documento seria apresentado à imprensa. Com a chegada de Lupi ao Ceará para mediar uma conversa entre Cid Gomes e André Figueiredo, o manifesto foi arquivado. “É momento de união e não de agressões e perseguições, seja no Brasil, no Ceará ou em qualquer município”, diz o texto que não chegou a ser divulgado.

Lupi pediu tempo para encontrar uma solução e na reunião foi decidido esperar pelas próximas conversas. Evandro Leitão, presidente da Alece, disse que o nome de Cid como candidato à presidência estadual do PDT é uma demanda de lideranças do partido, que veem no senador capacidade para recompor o PDT. O manifesto deixava claro o desejo de mudança da direção estadual do PDT.

“Lançamos o presente manifesto pedindo eleições para a nova executiva do PDT Ceará, segundo o estatuto do partido, para que, em respeito à maioria estabelecida, uma nova fase se inicia, marcando um período de conciliação, avanços e progresso para o maior partido do Ceará!”, diz o documento.

CIRO

O Encontro Regional do PDT, realizado na semana passada, não contou com a presença das lideranças, que estiveram reunidas ontem com Cid Gomes. O senador explicou que faltou ao evento “porque não tinha clima”, após uma discussão com Figueiredo. Na ocasião, ele e o ministro da Educação, Camilo Santana, foram alvos de ataques do candidato derrotado à Presidência da República, Ciro Gomes.

Cid disse que, em respeito aos pais, não comentaria os ataques recentes feitos pelo irmão. “(Não comentarei) nem o que ele disse, nem o que porventura ele diga”, ressaltou.

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