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14 de janeiro de 2025

Lula empossa Macaé Evaristo no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

A nova ministra é deputada estadual de Minas Gerais e aceitou o convite do presidente Lula para substituir o ex-ministro Silvio Almeida, exonerado do cargo no início do mês após denúncias de assédio sexual
Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, discursa durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto. Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

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A professora e assistente social Macaé Evaristo tomou posse, nesta sexta-feira (27), como a nova ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania. Ela afirmou que a prioridade da pasta é cuidar da diversidade da população brasileira e criar políticas que estimulem a convivência, a solidariedade e, acima de tudo, o cuidado mútuo e comunitário.

A nova ministra é deputada estadual de Minas Gerais e aceitou o convite do presidente Lula para substituir o ex-ministro Silvio Almeida, exonerado do cargo no início do mês após denúncias de assédio sexual. O Supremo Tribunal Federal (STF) e a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriram procedimentos para apurar o caso. Silvio Almeida nega as acusações.

Entre as vítimas do ex-ministro estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, apontada como alvo de importunação sexual. Anielle compareceu ao Palácio do Planalto para prestigiar a posse de Macaé Evaristo, ao lado do Presidente, de outras ministras mulheres do governo Lula e da primeira-dama, Janja Lula da Silva.

Para a ministra, o termo direitos humanos só tem sentido se for materializado na vida cotidiana das pessoas comuns. “O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania está de pé, está vivo, temos tarefas concretas e muita coisa por fazer”, disse Macaé durante a cerimônia no Palácio do Planalto, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tem uma palavra, presidente Lula, que vem da filosofia africana: ubuntu, que significa humanidade para todos. O termo, ao mesmo tempo que reafirma a beleza de cada um ser o que se é, chama a atenção para o entendimento de que só alcançamos a plenitude como indivíduos na coletividade, ‘eu sou porque nós somos’. E esta talvez seja maior vocação do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania: humanidade para todos, direito à vida, à liberdade, à educação, à saúde e ao trabalho, direito à memória e à verdade”, disse a ministra.

Durante a cerimônia, a escritora Conceição Evaristo, que é prima de Macaé, leu dois de seus poemas: Vozes Mulheres e No Meio do Caminho, Deslizantes Águas. Conceição é uma das maiores representantes negras da literatura brasileira, membro da Academia Mineira de Letras.

Durante o discurso de posse, Macaé Evaristo falou sobre a trajetória de vida, de mulher preta do interior de Minas Gerais, criada apenas pela mãe, após a morte precoce do pai, e que teve a oportunidade de estudar.

“A minha maior credencial é ser uma pessoa absolutamente comum. Infelizmente, na nossa sociedade brasileira, muita gente tem uma concepção de que direitos humanos é uma coisa de quem defende bandido. E é o desafio fundamental para a gente construir a ação desse ministério porque a gente precisa entender a tensão entre afirmação e negação dos direitos humanos”, destacou a nova ministra.

Macaé Evaristo disse ter ciência dos desafios que enfrentará no comando do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

“No cenário global, a gente enfrenta uma nova investida do capital, que aposta na segregação social, racial e ambiental para legitimar a opressão e o extermínio de milhões de pessoas comuns, como eu, que diante do horror da fome, da peste, da guerra não sabem a quem recorrer. É por isso que a nossa tarefa é dialogar e disputar o próprio sentido dos direitos humanos”, explicou.

DIVERSIDADE

Nomeada em 11 de setembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Macaé Evaristo já está à frente das funções da pasta, de combate a todas as formas de violência e preconceito e articulação de políticas públicas e promoção dos direitos humanos. Logo após o ato, a nova ministra se reuniu com os secretários para estabelecer as urgências da pasta.

O Ministério dos Direitos Humanos é dedicado a cuidar especialmente das pessoas mais vulneráveis do mundo social e estimular a convivência da diversidade, implementar um plano de ação que tenha como premissa a valorização das potências das populações das periferias, favelas, comunidades urbanas e do campo, que pavimentam os caminhos de um futuro de um Brasil sem fome, sem miséria, sem racismo, sem machismo, sem capacitismo, sem lgbtqia+fobia, sem etarismo, porque nós precisamos cuidar dos idosos”, disse a ministra.

Com informações da Agência Brasil.

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