O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), foram diplomados nesta segunda-feira, 12, em seus respectivos cargos, em cerimônia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ato, que conta com cerca de 300 convidados e com forte esquema de segurança, marca o fim do processo eleitoral de 2022 e atesta a vitória da chapa petista pelo voto popular. Na cerimônia, a diplomação é assinada pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
Logo após receber o diploma, Lula realizou um discurso, emocionado. “Estar aqui agora é a certeza de que Deus existe. Sei o quanto custou, não apenas a mim, mas o quanto custou ao povo brasileiro essa espera para que a gente pudesse reconquistar a democracia nesse País. Reafirmo hoje que farei todos os esforços para, junto com meu querido companheiro Geraldo Alckmin, cumprir o compromisso que assumi não só durante a campanha mas ao longo de toda uma vida. É ter um Brasil mais desenvolvido e mais justo com a garantia de dignidade, qualidade de vida para todos os brasileiros, sobretudo para pessoas mais necessitadas”, afirmou Lula.
Ainda no discurso, Lula criticou o que chamou de “política de desmonte” da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e defendeu maior participação popular na política. “A democracia só tem sentido e será defendida pelo povo na medida em que promover, de fato, a qualidade de direitos e oportunidade para todos e todas, independentemente da classe social, crença religiosa ou orientação sexual.”
“É com o compromisso de construir um verdadeiro estado democrático, a normalidade institucional e lutar contra todas as formas de injustiça que recebo pela terceira vez o diploma de presidente eleito do Brasil.“
Devem constar no certificado de diplomação o nome do candidato eleito, a sigla pela qual foi eleito e o cargo. A expedição do documento é uma formalidade que condiciona a posse no cargo, em 1º de janeiro. O OPINIÃO CE acompanha presencialmente a diplomação.
Veja como foi a diplomação:
Defesa da democracia
Em discurso logo após de Lula, o presidente Alexandre de Moraes fez uma defesa firme às instituições e ao processo eleitoral brasileiro. Em fala acalorada, Moraes rechaçou qualquer possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas, como defendido por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. “Essa diplomação consiste no reconhecimento da lisura do pleito eleitoral e na legitimidade política conferida soberanamente pela maioria do povo brasileiro por meio do voto direto e secreto“, frisou, relembrando ataques às instituições, como o próprio TSE.
“A Justiça Eleitoral se preparou para garantir, com coragem e segurança, a transparência e lisura das eleições. É a legitimação dos vencedores por meio da presente diplomação. E se preparou, como faz há exatos 90 anos desde sua criação. A Justiça Eleitoral se preparou pra combater com eficácia, eficiência e serenidade os ataques antidemocráticos ao estado de direito”, pontuou.
Apoio
Apoiadores do presidente e aliados também marcaram presença em Brasília para o ato de diplomação. O deputado federal cearense José Guimarães, um dos principais articuladores petistas no Ceará, publicou um vídeo em suas redes sociais que mostra apoiadores caracterizados com roupas e bandeiras do PT. “Em frente ao TSE, brasileiros se mobilizam para receber Lula, o próximo presidente da República. O amor venceu!“, escreveu o parlamentar.
O que é?
Na prática, o diploma é um atestado dado pelo TSE de que as eleições foram regulares. Isso porque o documento somente pode ser emitido após o cumprimento de diversas exigências, como a aprovação das contas de campanha, a finalização de todas as etapas de auditoria eleitoral e a análise inicial de recursos contra o resultado do pleito. Moraes já negou uma ação aberta pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas urnas. A legenda alegou falha de segurança em alguns modelos de urna eletrônica, mas não conseguiu comprovar suas alegações.
O presidente do TSE, no entanto, multou a agremiação em cerca de R$ 23 milhões, por litigância de má-fé. Conforme o TSE, não constam na Corte Eleitoral recursos contra o ato de diplomação do presidente e vice eleitos
Equipe ministerial
Na última semana, Lula anunciou os primeiros nomes da equipe ministerial. Na sexta-feira, 8, Lula convocou jornalistas para declaração no Centro Cultural do Banco do Nordeste, em Brasília. Anteriormente, o petista havia afirmado que só tornaria pública a lista após sua diplomação, mas resolveu antecipar o anúncio para ‘pacificar’ os ânimos. Há expectativa de que, após a cerimônia, Lula anuncie mais nomes de seu gabinete ministerial, conforme ele mesmo já antecipou.
Espera-se também o anúncio das primeiras mulheres no primeiro escalão do novo governo.
Confira os nomes anunciados por Lula na sexta, 8:
- Fernando Haddad – Fazenda
- Rui Costa – Casa Civil
- José Múcio – Defesa
- Flávio Dino – Justiça
- Mauro Vieira – Relações Exteriores