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8 de dezembro de 2024

Luisa Cela e Ana Paula destacam motivos que fazem do PSB “a melhor escolha para vice de Evandro”

Enquanto Luisa Cela foi mais cautelosa, destacando a “seriedade” da sigla, a vereadora Enfermeira Ana Paula foi mais direta, citando inclusive que não faria sentido escolher um partido do arco de aliança que venha de um campo da “direita” e do “conservadorismo”
Luisa Cela (esquerda) e Enfermeira Ana Paula (direita), correligionárias no PSB, buscam ser vice de Evandro Leitão na chapa a ser lançada para as Eleições Municipais deste ano em Fortaleza. Fotos: Divulgação e Erika Fonseca/CMFor

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O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), Evandro Leitão (PT), é pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza para as eleições deste ano já há um certo tempo. O cargo de vice na sua chapa, no entanto, parece estar longe de ser definido. O postulante ao Palácio do Bispo diz que ainda não há nada definido. Questionado se essa definição ficaria para as convenções partidárias, permitidas pela Justiça Eleitoral para o período entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, Evandro respondeu apenas que “vamos aguardar”. Duas postulantes ao cargo de vice, a ex-secretária estadual de Cultura, Luisa Cela, e a vereadora de Fortaleza, Enfermeira Ana Paula, ambas do PSB, conversaram com o OPINIÃO CE sobre o assunto.

Luisa, filha da ex-governadora do Ceará, Izolda Cela (PSB), afirmou que essa definição tem o tempo certo de acontecer. “O PT está dialogando com os partidos para ter uma definição de qual partido vai ocupar o local de vice. Após essa definição, o partido vai realizar uma discussão interna para escolher”. No mesmo sentido, Ana Paula ressaltou que essa conversa envolve todo o grupo que faz parte do arco de alianças, “não apenas o grupo mais próximo” de Evandro.

Atualmente, o arco de alianças do PT comandado pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e pelo governador Elmano de Freitas (PT) conta com mais de 10 partidos. Além do próprio PSB, aparecem também siglas como PSD, Podemos, PP, Republicanos, Psol, PV, PCdoB e MDB. Destes, o Psol é o único que já lançou uma pré-candidatura para Fortaleza, do produtor cultural Técio Nunes.

PSB POSTULA A VICE DE EVANDRO

Sobre a escolha do partido a compor a chapa, a ex-secretária de Cultura destacou a “seriedade” do PSB, que possuiria uma convicção e princípios que são “importantes no sentido de uma boa gestão pública”. “O Dr Eudoro [Santana, presidente do PSB Ceará] sempre foi uma pessoa que participou dos planejamentos de longo prazo, tanto na Prefeitura como no Governo. Tem uma visão estratégica. O Cid [Gomes, senador] foi um dos grandes governadores que o Ceará já teve, além de que o PSB é hoje um dos maiores partidos do estado do Ceará”.

“[Devido a] essa força política, tanto do ponto de vista da aceitação e da força das lideranças, como também dos princípios que regem a boa política, eu acredito que o PSB pode contribuir, independente do nome”, completou.

Ana Paula, por outro lado, foi mais direta que sua correligionária. De acordo com ela, analisando “do ponto de vista de quem quer ganhar a eleição”, o mais correto seria buscar a aliança com o PSB. “Embora esse partido se dê com a presença de prefeitos espalhados pelo Ceará todo, todo prefeito, deputado estadual e federal tem suas bases na Capital. Então, acho que do ponto de vista de quem quer ganhar a eleição, a indicação seria indicar alguém do PSB”, disse.

A parlamentar relatou ainda não vislumbrar nenhum outro partido do arco de alianças que possa fazer a indicação com o peso que o PSB teria. “Para ganhar [uma eleição], fazer alianças são necessárias. Essas alianças estratégicas têm que ser do ponto de vista de quem agrega mais valor à chapa de vice, para agregar mais valor, robustez à chapa”.

“Eu acredito que o PT precisa focar no PSB para trazer essa possibilidade. Porque os demais partidos, não desmerecendo nenhum deles, não têm tanta robustez quanto tem o PSB hoje no cenário político estadual”.

Ana Paula ressaltou ainda que seria “uma estratégia equivocada” se a definição para a sigla a compor a chapa fosse a um partido do arco de alianças que se posicione mais para a “direita” e o “conservadorismo”, já que esse tipo de eleitor dificilmente votaria numa chapa que possui o PT. “Quem é conservador de direita dificilmente vota no 13, por conta da disputa e polarização que existe”. Ela destacou ainda que, para o pleito a ser realizado em outubro, já há três candidaturas do campo da direita conservadora. “Uma, o bolsonarismo mais raiz, com o André Fernandes [PL], temos o Capitão Wagner [União Brasil] e o Eduardo Girão [Novo]”. No arco de alianças, partidos como MDB, PSD, PP e Republicanos são vistos como siglas de centro-direita ou direita.

DESINCOMPATIBILIZAÇÃO PARA ESTAR DISPONÍVEL

As duas postulantes à posição de vice de Evandro tiveram que se desincompatibilizar de cargos que ocupavam para estarem disponíveis ao pleito. Luísa, então titular da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), deixou a pasta. Já Ana Paula era conselheira federal do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), mas também teve que deixar o seu posto. A Justiça Eleitoral determina que pessoas em cargos públicos devem deixar os cargos até quatro meses antes das eleições se quiserem concorrer para a Prefeitura ou Vice-prefeitura. Para um cargo no Legislativo Municipal, o prazo é ainda maior, de seis meses.

“Em conversas com as lideranças do PSB, Eudoro e Cid, tomei decisão de me filiar ao PSB, e me licenciar [da Secult] para estar a serviço do projeto”, disse Luísa. Ana Paula comentou que o PSB sinalizou a ela que haveria a possibilidade de ela disputar a vice, portanto, se afastou.

A ex-secretária estadual destacou, no entanto, que “a tarefa ainda será dada”. Independente da escolha, ela diz que vai estar no programa de governo de Evandro, “contribuindo para que Fortaleza tenha um rumo melhor a partir do próximo ciclo político, sem pressa, sem ansiedade e aguardando o tempo das coisas, com um compromisso principal que é com o projeto político que eu faço parte”.

A vereadora Ana Paula, assim como pontuou sua correligionária, afirmou que mantém o seu nome à disposição, mas que ainda não há uma definição. “Irei me dedicar ao máximo, mas caso não seja, eu tenho uma maturidade muito clara para saber que a gente precisa seguir a vida no grupo político”, acrescentou, avaliando ainda que caso não seja candidata à vice, poderá disputar a reeleição como vereadora.

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