Agora em agosto foi publicado O frango morto que voou pela editora Penalux, talvez a primeira coletânea de textos meus de outras que virão, publicados no jornal O Estado, entre janeiro de 2021 e agosto de 2022 (em geral, o fio condutor dos artigos e das crônicas, é a pandemia de covid-19). A seguir trechos de alguns dos textos do livro:
“Dezenas de países já haviam começado suas campanhas e milhões de estrangeiros já estavam vacinados, quando o País acompanhou atentamente o momento histórico do começo da vacinação. A pandemia iniciada no ano passado, permanece contaminando (mais de 8 milhões), matando (o número já passou de 212 mil brasileiros) e causando efeitos catastróficos na vida prática de inúmeras pessoas, sobretudo das mais vulneráveis” (Habemus vacina).
“Inegavelmente a pergunta que paira no ar é: de quem é a culpa disso tudo que estamos vivendo? Do altíssimo número de mortos em decorrência do coronavírus, do aumento do pauperismo (116 milhões de pessoas estão prestes a passar fome ou já passam), em suma, do estabelecimento de uma visão de mundo retrógrada que há muito parecia estar enterrada e esquecida” (De quem é a culpa?).
“Semana passada a imagem de pessoas recolhendo partes de uma ossada girou o Brasil. Sim, seres humanos estavam buscando para consumo próprio o que outrora era destinado aos cachorros. Há agora, no Brasil, um jogo nada divertido. Nada de caça ao tesouro: o jogo que alguns precisam jogar pela sua sobrevivência é caça aos ossos. Quando foi que houve a normalização de pessoas famintas, estendendo suas mãos em pedido, catando alguma sobra nos lixos? Quando foi que houve a banalização de crianças nos sinais? Quando foi que o escândalo da miséria se tornou aceitável, banal?” (Caça aos ossos).
“Temos, infelizmente, superado os limites do imaginável, da ficção. Mas vamos viver num velho oeste, num bang bang? Quase todos os dias assistimos horrores em palavras e em ações. Há um clima de tensão e violência no ar. Não é raro ficarmos sabendo de casos de agressões, de violências contra as mulheres em suas diversas formas, de crimes de racismo e homofobia. E agora com armas, armas e mais armas. Certamente essa onda nefasta encontra apoio em discursos que se estabeleceram como sendo de poder” (Notícias do Brasil).
Bom? Gostaram? O livro está disponível no site da Penalux e muito em breve estará também nas plataformas digitais.