A semana tem início com a expectativa de quem vai comandar o Congresso Nacional pelo biênio, iniciado em 2023 e a ser finalizado em 2024. Favoritos para seguirem nas Presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) correm para enterrar as candidaturas de Chico Alencar (PSOL-RJ) e Rogério Marinho (PL-RN), nesta ordem. No Ceará, o silêncio em torno do PDT, segunda maior bancada da Assembleia Legislativa, continua, mas Evandro Leitão (PDT) já é tido como presidente reconduzido da Casa.
Lira está na dianteira com folga, mas Pacheco luta para não ser traído por partidos aliados e pressiona siglas como PL, Republicanos e PP para que alguns parlamentares da bancada o apoiem. Lira e Pacheco têm as bênçãos do governo Lula, ao passo em que Evandro, as do governo Elmano de Freitas, também do PT. As eleições em todas as Casas acontecem no próximo dia 1º, com votação secreta. Para vencer é necessário que haja metade dos votos do total de cada acento da Câmara (513), Senado (81) e Assembleia Legislativa do Ceará (46), ou seja, 257; 41; e 24. Na mesma data, haverá a posse dos parlamentares de cada Casa. A única mudança possível de alterar os rito congressista para a Câmara dos Deputados era uma possível suspensão da posse de 11 parlamentares, por supostamente incitarem o 8 de janeiro, dia em que bolsonaristas invadiram prédios da Praça dos Três Poderes e promoveram uma depredação nunca vista na história do país.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contudo, rejeitou neste último domingo, 29, o pedido para suspensão de 11 bolsonaristas diplomados. Moraes também negou abrir um inquérito para investigar se os parlamentares participaram ou incentivaram os protestos radicais. Ele disse que não há “justa causa” para a investigação.
“Até o presente momento não há justa causa para instauração de investigação em relação aos demais deputados federais diplomados e que não estão sendo investigados nos inquéritos instaurados nesse Supremo”, escreveu
O ministro mandou notificar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para a “adoção das providências que entender cabíveis” no Conselho de Ética da Casa. A decisão vai na linha do que defendeu no sábado, 28, a Procuradoria-Geral da República (PGR), que opinou pelo arquivamento do pedido de investigação. Quando o Ministério Público Federal (MPF), que é o titular da ação penal, se manifesta pela rejeição da abertura de uma investigação, é de praxe que os ministros arquivem o pedido.
O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, disse que não encontrou indícios de que os parlamentares tenham incitado os protestos extremistas do dia 8 de janeiro. “Não há justa causa para a instauração de inquérito ou para a inclusão, a princípio, dos parlamentares nos procedimentos investigatórios já instaurados para apurar a autoria dos atos atentatórios ao Estado Democrático de Direito”, opinou.
O procurador defendeu que, caso apareçam “novos elementos” que indiquem a participação dos deputados, eles serão investigados e eventualmente processados, mas que a abertura de uma investigação neste momento configuraria “constrangimento ilegal”
O pedido para barrar a posse dos deputados foi feito por membros do Grupo Prerrogativas, coletivo de advogados ligados ao presidente Lula (PT). Eles alegaram que os deputados endossaram os protestos extremistas na Praça dos Três Poderes.
A representação foi contra André Fernandes (PL-CE), Carlos Jordy (PL-RJ), João Henrique Catan (PL-MS), Luiz Ovando (PP-MS), Marcos Pollon (PL-MS), Nikolas Ferreira (PL-MG), Rodolfo Nogueira (PL-MS), Rafael Tavares (PRTB- MS), Silvia Waiãpi (PL-AP), Sargento Rodrigues (PL-MG) e Walber Virgolino (PL-PB). André Fernandes e Silvia Waiãpi já são investigados pela PGR por terem feito publicações sobre os protestos extremistas nas redes sociais. A Procuradoria também abriu um inquérito sobre a conduta da deputada eleita Clarissa Tércio (PP-PE).
Com Agências