A deputada estadual Lia Gomes (PDT) confirmou desejo de se filiar ao PSB, mas ponderou que esta é uma decisão que cabe ao seu irmão, o senador e líder do bloco político Cid Gomes. Ao O Globo, a parlamentar pontuou que o grupo político liderado pelo irmão recebeu convites de três partidos: PSB, PT e Podemos. Além de Lia, outros nove deputados estaduais, quatro federais e pelo menos 43 prefeitos devem seguir o ex-governador Cid na decisão. “Acredito que a maior parte vai para um partido só, mas em um ou outro município, estaremos em siglas diferentes”, opinou ela.
Como informado pelo OPINIÃO CE, Cid deve se encontrar nesta quarta (22) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir uma possível filiação ao PT. Na última segunda, após uma nova reunião com aliados de seu grupo, o senador afirmou que “a decisão será coletiva”.
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Na última semana, em reunião dos aliados do senador, 43 prefeitos – de um total de 46 presentes na ocasião – sinalizaram para a desfiliação do PDT. Com o resultado, o partido perde o posto de sigla com o maior número de prefeituras no Ceará. No encontro, deputados afirmaram que seguirão para a judicialização das Cartas de Anuência aprovadas pelo Diretório Estadual do PDT – mas anulada pela Executiva Nacional -, para a desfiliação dos parlamentares do partido.
RELAÇÃO COM CIRO
Irmã de Cid e Ciro Gomes – peças fundamentais na disputa política pelo poder no PDT Ceará -, a deputada disse ainda que não rompeu com o ex-ministro Ciro, mas que irá seguir alinhada ao grupo de Cid. A parlamentar ressaltou que o cenário familiar é “de muito sofrimento” e afirmou que seguirá os seus aliados que pretendem se desfiliar do partido em busca de uma nova legenda. Sobre a conduta do deputado federal André Figueiredo (PDT) – presidente em exercício do PDT Nacional – da legenda, Lia voltou a criticá-lo.
“André quer mesmo é dominar tudo. Uma minoria de 20% impõe suas vontades em cima da maioria. É completamente autoritário”, disse.
Já sobre Ciro, aliado de Figueiredo, a deputada foi mais cautelosa. “Ele só apoia. O Ciro foi muito machucado mentalmente pelas pessoas do PT. A campanha foi pesada no ano passado, ele foi equiparado ao fascismo, pintado como um apoiador do Bolsonaro [ex-presidente Jair Bolsonaro]. Ele não consegue imaginar um cenário em que se alie ao PT por tudo o que aconteceu”, afirmou.