Quando se fala em produção rural no Ceará, as primeiras imagens que chegam à mente são milho, feijão, cana-de-açúcar, banana, melão, coco… Grãos e frutas que ocupam grandes áreas de cultivo. Mas o Ceará tem potencial para ir além. E eu não estou falando de culturas inovadoras não. Na pauta tradicional, temos onde evoluir.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec) tomou para si a condução de uma missão desafiadora: dobrar a produção de leite do Estado, passando dos atuais 1 bilhão de litros por ano para 2 bilhões de litros nos próximos cinco anos. “O Ceará tem todas as condições para fazer isso, mas é preciso que haja concorrência no setor industrial”, disse o presidente da Faec, Amílcar Silveira.

Se a meta for alcançada, o mercado está garantido. Hoje, metade do leite consumido em Fortaleza não é produzido no Ceará. Isto significa que buscamos em outros estados um produto que poderia sair do nosso setor pecuário. O mesmo raciocínio se estende aos laticínios. Compramos de outras unidades da Federação, queijo, manteiga, creme de leite, requeijão, iogurte, dentre outros itens.

E os laticínios cearenses? Sim, eles existem, e em quantidade expressiva. São mais de 2 mil. A questão é que a maioria não tem as devidas licenças. Para que a produção chegue ao mercado e tenha potencial de venda, precisa atender aos requisitos básicos. Diante desse cenário, que soma produção, mas esbarra na falta de legalização, o Sistema Faec/Senar decidiu agir. A meta inicial é regularizar 100 laticínios em parceria com o Sebrae Ceará, que vai custear 85% do valor cobrado para os estudos técnicos requeridos pelos órgãos de fiscalização. A iniciativa pode beneficiar 80 mil pessoas que, hoje, sobrevivem ou dependem da pecuária leiteira.

O recomeço é possível. A estratégia pensada une forças para percorrer o caminho mais rápido. É cada vez mais evidente que o desenvolvimento não acontece de forma individual. As parcerias é que impulsionam o homem e tudo aquilo que surge a partir do trabalho coletivo.