A deputada estadual Larissa Gaspar (PT), pré-candidata à Prefeitura de Fortaleza para 2024, afirmou que o futuro da Capital passa pelo Partido dos Trabalhadores. Segundo a parlamentar, as três últimas gestões do PDT – dois mandatos do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) e o mandato vigente do prefeito José Sarto (PDT) – foram “muito ruins com as políticas sociais”. “Entendemos que precisamos virar essa página. Faremos essa virada com o Partido dos Trabalhadores”, completou Larissa.
Para a petista, as últimas gestões em Fortaleza agravaram problemas em áreas como a proteção social, a saúde, a preservação do meio ambiente e a mobilidade urbana. “Temos apresentado para a população essa necessidade de reconstrução das políticas sociais”, disse. Especificamente às políticas da saúde, Larissa fez duras críticas aos dois pedetistas.
“Na área da saúde, com hospitais fechados, postos de saúde precarizados, faltam médicos, medicamentos, faltam insumos básicos… Para fazer curativo o usuário tem que levar o esparadrapo e a gaze de casa… Remédios básicos como dipirona faltam nos Postos de Saúde… E os últimos gestores são médicos. Não se justifica não ter uma atenção à saúde que seja de qualidade em Fortaleza”.
Como pontuou a deputada, o PT está se organizando para trazer mudanças nesses pontos. “[Estamos] discutindo com a população, dialogando internamente, e tenho certeza que em mais alguns dias vamos chegar à construção e à definição de um nome que irá, definitivamente, levar a defesa das bandeiras do PT para a rua em 2024”.
Caso seja a escolhida, Larissa afirmou que se sentiria tranquila na posição de prefeita. “Eu venho do executivo, sou servidora pública, fiscal de controle urbano da Prefeitura de Fortaleza, estou licenciada desde o mandato de vereadora para exercer a atividade parlamentar”. Ela destacou pontos importantes que seriam pautas da sua gestão. “Precisamos resgatar instrumentos como o plano diretor participativo de Fortaleza e a implementação das Zeis [Zonas Especiais de Interesse Social], prioritárias para a construção de moradias dignas para famílias em situação de vulnerabilidade. As pessoas precisam ser ouvidas com seriedade”, disse.
“Se for a vontade do PT e do povo de Fortaleza, estaremos de volta ao executivo, não mais no papel de fiscalizar, mas de ser fiscalizada, de saber receber as cobranças da população. (…) Precisamos de um nome novo, com disposição, que percorra a cidade, que esteja diariamente envolvido com os problemas e as possibilidades de superação dessas dificuldades”.
A ESCOLHA DO NOME E O PESO DE LULA
As eleições ocorrem apenas no próximo ano, mas a movimentação para a escolha dos nomes e a disputa por poder já tomou conta dos partidos no Ceará. No PT, não é diferente. Para o pleito, quatro pré-candidatos petistas despontam como a possibilidade para o Executivo municipal: a deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT); os deputados estaduais Larissa Gaspar e Guilherme Sampaio (PT), presidente do PT Fortaleza; e o ex-deputado federal Artur Bruno (PT).
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Larissa afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possui “um peso fundamental na definição” do nome. Conforme a parlamentar, Lula deve mostrar sua influência não através de uma interferência no processo de escolha do candidato, mas em “apontar caminhos possíveis”.
No entanto, como frisou, definir o projeto é mais importante que a definição do nome. O candidato, segundo ela, será escolhido de forma coletiva. A parlamentar, aliás, descartou a possibilidade de “fissuras” entre os correligionários. “Tenho certeza que no final das contas iremos sair todos unidos, independente do nome que seja definido”.
A INDEFINIÇÃO DE EVANDRO
Além dos quatro petistas, no entanto, um nome corre por fora – até mesmo da legenda. Evandro Leitão (PDT), presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), também pré-candidato ao pleito, passa pelo processo de desfiliação do PDT. Ele tenta a filiação por algum partido para disputar as eleições. O PT é um dos possíveis caminhos de Leitão.
Segundo Larissa, caso Evandro se interessar a integrar como quadro do partido, ele deve primeiro externar o seu desejo de filiação ao PT. Como ressaltou a deputada, correligionários petistas já afirmaram ser de seu gosto a presença de Evandro dentro do partido. O também deputado estadual De Assis Diniz (PT), líder do PT na Alece, é um dos filiados a defender Evandro no PT. No entanto, como frisou Larissa, aqueles que convidaram o presidente do Legislativo não compõem o Diretório Municipal do partido em Fortaleza. “Entendo que, sendo uma vontade do Evandro, ele precisa buscar a nossa instância competente, a do Diretório Municipal”.
“[Ele tem que] abrir um diálogo institucional com o nosso presidente para conversar sobre essa possibilidade, para o presidente apresentar isso ao nosso colegiado, para nossa Executiva para que isso possa ser avaliado”.
Como ressaltou ela, a resolução do Diretório Nacional do PT é de que a definição de nomes e candidaturas possa ser feita dentro da instância partidária. Ou seja, para a Prefeitura de Fortaleza, o Diretório Municipal.