A 1ª Vara da Comarca de Cascavel acatou denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) contra Edmilson Freire da Silva, envolvido na morte, a facadas, de um homem de 39 em um bar no município de Cascaval, na Grande Fortaleza, em 24 de setembro, que se disse eleitor do candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A tese defendida pelo MPCE é de que o crime teve motivação política. O suspeito foi preso dois dias depois do ocorrido.
A denúncia de homicídio qualificado por motivo torpe foi ofertada pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Cascavel e a Justiça recebeu a peça no último dia 20.
Conforme as investigações, o denunciado e a vítima estavam em um bar localizado no distrito de Guanacés, quando iniciaram uma discussão. A desavença evoluiu para uma briga e, em determinado momento, o investigado desferiu golpe de faca na vítima, ocasionando a morte dela. O Inquérito Policial indicou que a vítima não possuía antecedentes criminais ou algo que a vinculasse à criminalidade. “Ficou evidenciado que o crime teve motivação política, já que os envolvidos teriam preferências político-partidárias antagônicas”, diz o MPCE.
Crime
Conforme informações da Polícia Civil, testemunhas informaram que o suspeito chegou ao local, no sábado, 24, acompanhado da esposa e perguntou quem seria eleitor de Lula. A vítima teria se identificado como tal e, então, teve início uma discussão entre os dois. As testemunhas contam que os nomes dos candidatos Bolsonaro (PL) e Lula foram ouvidos durante a briga, quando o agressor transferiu os golpes de faca. O homem chegou a receber atendimento médico, mas não resistiu.
Repercussão
Pelas redes sociais, correligionários de Lula lamentaram o ocorrido e criticaram a escalada da violência política a poucos dias do 1º turno, que ocorreu em 2 de outubro. “Mais um caso inaceitável de violência, fruto da intolerância e do desrespeito à vida. Nosso país não pode aceitar como normal esse discurso de ódio. Nosso país precisa de paz“, destacou o ex-governador Camilo Santana (PT), candidato ao Senado Federal nas eleições deste ano. “Não é um caso isolado. É mais um crime político”, frisou o deputado federal José Guimarães (PT), candidato à reeleição.
“Minha solidariedade à família da vítima, que deixa um filho de 10 anos de idade”.
Em nota oficial, o então candidato ao Governo pelo PDT, Roberto Cláudio, também se solidarizou com a família da vítima. “O nosso estado do Ceará foi palco de mais uma tragédia envolvendo a polarização violenta que já fez outras vítimas fatais pelo país. Diante da perplexidade do fato, me solidarizo com a família da vítima e também com tantas pessoas cearenses que estão com medo de saírem às ruas e se manifestarem politicamente”, disse o pedetista.
O então candidato ao Governo, Capitão Wagner (União Brasil), também criticou, na ocasião, o que chamou de “radicalismo” e se solidarizou com familiares e amigos.