Por determinação do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) cumpriu nesta terça-feira, 23, mandados de busca e apreensão com previsão de depoimentos dos oitos empresários suspeitos de compartilharem mensagens golpistas em um grupo de WhatsApp.

Em nota enviada ao OPINIÃO CE, Afrânio Barreira, um dos investigados, diz estar tranquilo, pois sua manifestação no grupo do aplicativo de mensagens foi um emoji, desconsiderando qualquer apoio para o teor das mensagens.

“Estou absolutamente tranquilo, pois minha única manifestação sobre o assunto foi um ‘emoji’ sinalizando a leitura da mensagem, sem estar endossando ou concordando com seu teor. Confio na Justiça, e vamos provar que sempre fui totalmente favorável à democracia. Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento antidemocrático ou de ‘golpe’.

Assim, sou a favor da liberdade, democracia e de um processo eleitoral justo.” O STF também ordenou o bloqueio das redes sociais e contas bancárias e quebra de sigilos dos supostos envolvidos. O dono da rede de restaurantes Coco Bambu, respondeu à mensagem com um emoji de um rapaz aplaudindo, segundo o portal Metrópoles.

Sua rede de restaurantes, fundada em 2001, tem faturamento superior a R$ 1 bilhão anual e 64 lojas em funcionamento no país. Recentemente, ele se envolveu em discussão pública com o candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT), que o havia acusado de sonegar impostos. Barreira negou ter cometido qualquer ato ilícito.

Confira os oito empresários investigados

• Afrânio Barreira – é engenheiro cearense, dono do Grupo Coco Bambu, declaradamente apoiador de Bolsonaro. Seu faturamento é de R$ 1 bilhão anual.
• Marco Aurelio Raymundo (Mormaii) – é médico e empresário que fundou, na década de 1970, a Mormaii, empresa de vestuário e artigos de surfe em Garopaba (SC), para onde se mudou com a então esposa.
• Ivan Wrobel – é sócio da W3 Engenharia, que tem 45 anos de mercado. É um empresário de família polonesa judia e estudou no Instituto Militar de Engenharia (IME) durante a Ditadura Militar.
• Luciano Hang – dono da rede de lojas Havan, o catarinense foi listado este ano como o 10º brasileiro mais rico no ranking de bilionários da Forbes, com uma fortuna de US$ 4,8 bilhões.
• José Isaac Peres – economista, é fundador e acionista do grupo Multiplan, rede de shoppings espalhados pelo Brasil, o que o rendeu um patrimônio de US$ 1,5 bilhão, de acordo com o ranking dos bilionários da Forbes, de 2018.
• Meyer Joseph Nigri – fundador da Tecnisa, é um dos empresários mais influentes junto ao Governo Federal. A Tecnisa abriu capital na bolsa em fevereiro de 2007 e, em seu site, informa ter lançado mais de 7,3 milhões de m² de empreendimentos, com 270 lançamentos e mais de 46,5 mil unidades, sendo 40 mil apartamentos.
• Luiz André Tissot – Fundador Grupo Sierra, rede de móveis de luxo, o empresário vem de uma família com tradição na manufatura de artigos de madeira na Serra Gaúcha. Há mais de 70 unidades da rede no país e também pontos de vendas em países como Chile, Argentina e Panamá.
• José Koury – é dono do Barra World Shopping, um empreendimento comercial e de lazer localizado no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro.