A deputada estadual Lia Gomes (PDT), analisando a disputa presidencial de 2026, afirmou que “ninguém tira a eleição da direita”. A parlamentar, que lamenta a situação, incluiu o pacote de corte de gastos apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), como um dos motivos para que a esquerda seja derrotada. De acordo com ela, o pacote é direcionado para “prejudicar as pessoas que mais precisam do poder público”. Lia participou do Podcast Questão de Opinião, do OPINIÃO CE, onde falou sobre o assunto.
“Debruçada sobre o projeto” nos últimos dias, a pedetista ressaltou que medidas como a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação de pessoas que ganham acima de R$ 50 mil são propostas que devem ser votadas apenas no próximo ano, como já afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Como explicou Lia, o que deve passar neste ano são as restrições ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).
O pacote apresentado pelo Governo Federal prevê o endurecimento das regras para que as pessoas recebam o benefício. Os beneficiários terão que atualizar os cadastros que estejam desatualizados há mais de 24 meses. Também devem ser atualizados os benefícios concedidos de forma administrativa com a ausência do Código Internacional de Doenças (CID). Haddad chegou a relatar que “um terço” das pessoas beneficiadas não tem suas deficiências cadastradas.
“Estão focando muito nessa história de fraude [no número de beneficiários do BPC], dizendo que houve um crescimento estranho”, disse a parlamentar cearense, frisando não acreditar que esteja ocorrendo fraude. e que o Brasil possui um percentual alto de “excluídos digitais”, pessoas que não possuem acesso a essas informações.
A deputada estadual acrescentou que, durante o Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a curva no número de beneficiários do programa, que era crescente, “ficou reta”. Ou seja, houve uma contenção no número de benefícios. Ela completou: “Se você observar a curva do BPC, você vai ver que ele vinha crescendo, porque o número de idosos no Brasil está aumentando, e pessoas com deficiência, e que sabem, hoje, do BPC, também é cada vez maior, pessoas que têm conhecimento desse benefício”.
Confira a entrevista completa:
DISPUTA EM 2026
O presidente Lula (PT) ainda não confirmou se disputa a reeleição em 2026. Dentro do Governo, se trabalha a possibilidade do petista não concorrer, devido à sua idade elevada. Dentre os nomes cotados, estão Haddad e Camilo Santana (PT), atual ministro da Educação e ex-governador do Ceará. O cearense vem ganhando destaque no Governo Lula III, com ações de evidência como o programa Pé-de-Meia, políticas de fomento para a educação em tempo integral e expansão no número de Institutos Federais (IFs).
Pelo lado da oposição, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerou o ex-presidente Bolsonaro inelegível em junho de 2023, e, no momento, não poderia concorrer a novos quatro anos a frente do Palácio do Planalto. Ele foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, em ataque às urnas eletrônicas em 2022. Outro nome cotado pela direita é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).