A indústria da construção civil no Brasil está apresentando um aumento em sua capacidade operacional e na geração de empregos, conforme a pesquisa Sondagem da Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na última sexta-feira, 23. Segundo o levantamento, o índice de evolução do nível de empregados na construção alcançou 50,7 pontos em maio de 2023. O resultado é superior ao registrado em maio de 2022 (48,9 pontos) e em abril de 2023 (50 pontos) e reflete também o bom momento do setor no Ceará.
Em entrevista ao OPINIÃO CE, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon), Patriolino Dias de Sousa, destaca o cenário para o setor neste ano no Estado. “As perspectivas são muito boas. Primeiro porque a demanda está muito grande. No período de 2015 a 2019, se tinham grandes estoques. Então, as construtoras lançaram poucas unidades e esses estoques vieram diminuindo gradualmente. Em 2019, o estoque já era baixo e aí o ano de lançamento era o ano de 2020, só que veio a pandemia, então, foram sendo postergados novos lançamentos”, analisa.
Ainda segundo Patriolino, os lançamentos foram acontecendo timidamente em 2020 e 2021, e ficaram mais robustos em 2022 e neste ano. Ele frisa que o período entre o lançamento e a entrega de empreendimentos são de aproximadamente entre quatro e cinco anos. “O mercado continua bom. Essa sinalização do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, com aumento do subsídio e diminuição das taxas de juros faz com que impulsione mais ainda. Então, acreditamos que, neste ano, o mercado irá crescer e enxergamos positivamente o novo Minha Casa Minha Vida”, avalia.
CRESCIMENTO
Pesquisa da CNI divulgada na última semana mostra que o crescimento no setor em todo o Brasil chama a atenção por estar acima da média histórica para o período. Geralmente, maio é um mês de queda no emprego, com média de 45,1 pontos. Índices acima de 50 pontos indicam crescimento do emprego, enquanto valores abaixo sugerem queda. O boletim também analisou o índice de evolução do nível de atividade da indústria da construção e a utilização da capacidade operacional. Nesse sentido, o resultado de maio é o melhor desde 2014.
No que diz respeito ao nível de atividade, houve um aumento de 0,1 ponto em relação a abril de 2023, atingindo 49,8 pontos. Esse valor é considerado próximo da estabilidade por estar próximo da linha de 50 pontos. Em maio de 2022, o índice era de 49,5 pontos. Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, destaca que “o resultado obtido em maio é superior à média histórica para o mês, que é de 46,3 pontos”. Ele explica que isso significa que a quase estabilidade da atividade em maio é uma exceção, já que normalmente ocorre uma queda na passagem de abril para maio.
Quanto à Utilização da Capacidade Operacional (UCO), houve um aumento de 1 ponto percentual entre abril e maio de 2023, chegando a 67%. Esse resultado é considerado positivo e maior do que a média de UCO para meses de maio (62%). Além disso, é o maior valor desde 2014, quando a capacidade operacional foi de 70%, avalia a CNI. As informações são da Agência Brasil.
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
Apesar dos dados positivos em relação ao desempenho do setor, os índices de expectativas da indústria da construção recuaram em junho. Todos os índices de expectativas para os próximos seis meses apresentaram queda, porém, eles continuam acima de 50 pontos, indicando otimismo moderado por parte dos empresários do setor. A expectativa de compra de insumos e matérias-primas registrou uma queda de 2,1 pontos, atingindo 52,9 pontos. Já o índice de expectativa do número de empregados caiu 1,7 ponto, chegando a 53 pontos.
A CNI observou quedas mais moderadas nos índices de expectativas relacionados ao nível de atividade e aos novos empreendimentos e serviços. O índice que mede a “intenção de investimento” teve uma queda de 1,8 ponto de maio para junho de 2023, passando de 45,4 pontos para 43,6 pontos. Apesar da redução, esse índice continua em um patamar elevado em comparação com a média para junho, que é de 35,1 pontos.
Já o Índice de Confiança do Empresário (ICEI) registrou um aumento de 0,3 ponto em junho, passando de 51,9 pontos para 52,2 pontos. Esse crescimento indica que os empresários do setor da construção estão ligeiramente mais confiantes. A CNI destaca que todos os componentes do ICEI apresentaram um avanço moderado de maio para junho, tanto o Índice de Condições Atuais quanto o Índice de Expectativas.