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18 de abril de 2025

Índice de inflação da Região Metropolitana de Fortaleza tem segunda queda consecutiva

Maior impacto vem da redução de combustíveis. Dados são do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística e foram divulgados nesta terça-feira, 27
Foto: Natinho Rodrigues em 06/2022

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) deste mês foi de -0,58%, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), registrando a segunda queda seguida, após -1,31% em agosto. O maior impacto vem da redução de combustíveis (-9,95%).

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística e foram divulgados nesta terça-feira, 27. Em contrapartida, o IPCA-15 acumula alta de 4,76% e, em 12 meses, de 7,78%, abaixo dos 9,15% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores na Grande Fortaleza.

Em setembro de 2021, a taxa foi de 0,68%. Seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em setembro. As exceções foram Habitação (-0,41%), Transportes (-3,81%) e Comunicação (-3,78%). A maior alta veio de Vestuário (1,83%), que contribuiu com 0,09 p.p. no índice do mês. Já o maior impacto positivo (0,11 p.p.) veio da Alimentação (0,47%), que desacelerou em relação a agosto (0,67%), Saúde e cuidados pessoais (0,78%) foi o segundo maior impacto (0,10 p.p.).

Os demais grupos registraram variações entre o 0,01% de Educação e o 0,83% de Artigos de residência. Para o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Ricardo Coimbra, essa queda está muito relacionada com o efeito pontual da redução dos tributos da gasolina, do álcool, do diesel e da energia elétrica.

“É um aspecto positivo, mas é pontual e não vai se estender. Por exemplo, ano que vem não haverá esse efeito de deflação. É preciso observar também o reflexo do aumento do preço do dólar, podendo gerar uma variação de preços de produtos importados, principalmente no setor de alimentos a depender da extração ou refinamento desses produtos”, explica Coimbra.

Na avaliação do professor mestre em Economia de Empresas, Wandemberg Almeida, o consumidor ainda não está sentindo ainda o peso de alguns produtos, mas ele começa a perceber a queda do combustível pelo menos.

“Mesmo assim, é algo a se comemorar. Foram dois meses consecutivos de deflação. É evidente que se os preços dos combustíveis não tivessem sido reduzidos teríamos uma inflação ainda mais desequilibrada trazendo um impacto nas contas das famílias”, salienta o docente.

Almeida reforça, todavia, que por mais que seja algo positivo para o bolso do consumidor, o índice recente não apaga o primeiro semestre de 2022. “No primeiro semestre, a gasolina, por exemplo, chegou a R$ 8. E isso reverbera no acumulo do ano até aqui. O preço da carne, o preço do leite, por exemplo, mostrou uma alta muito grande e o consumidor sentiu fortemente. Não é por conta de dois meses que isso vai mudar significamente”.

NOVE TÊM QUEDA
Nove das 11 áreas que integram o IPCA-15 tiveram quedas em setembro. A menor variação ocorreu em Recife (-0,93%), influenciada pela queda nos preços da gasolina (-13,85%). A maior variação foi em Belém (0,50%), puxada pela energia elétrica residencial (10,52%).

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 13 de agosto e 14 de setembro de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de julho a 12 de agosto de 2022 (base).

O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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