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21 de maio de 2025

Ímpeto da selva, organização da Mãe Joana

Foto: Felipe Santos/Ceará

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O que aconteceu nos últimos dias entre Flamengo, Ceará, Dorival Júnior e Paulo Sousa é o puro “suco” do futebol brasileiro. Se procurarmos dissecar esse processo como um todo, é difícil ver algo que tenha ocorrido dentro de um espectro de bom senso, se é que ele existe no futebol.

Para começar, a postura do time carioca com o seu então treinador, Paulo Sousa. Enquanto todos já sabiam que ele estava demitido e que o Flamengo, inclusive, já tinha contratado um novo técnico, o português comandou o treinamento da equipe na tarde da última quinta-feira, num dos episódios mais constrangedores que se tem notícia no futebol nacional.

Tratando agora do novo técnico do Flamengo, Dorival Júnior chegou ao Ceará depois de longo período de inatividade. Afirmou, numa entrevista, que jamais tinha abandonado um trabalho no meio a convite de outros clubes, e que não faria isso com o Ceará – o fez. Vai para a sua terceira passagem pelo Flamengo depois de 73 dias e bons números com o Vozão.

Para completar, o Flamengo anunciou a chegada de Dorival antes de o Ceará anunciar o desligamento do treinador. Nessa aí eu não sei de quem foi o equívoco. Se o Flamengo já tinha pagado a multa, se Dorival até já tinha assinado com o rubro-negro, por que o Ceará ainda não havia anunciado a saída?

Há muito de análise ética nessa história toda, mas a verdade é que o histórico dos personagens nos levanta vários questionamentos. Quantas vezes o Ceará fez convites para treinadores empregados e ainda com um comandante à frente do seu time? Quantas vezes o próprio Dorival passou por essa situação? Quantas vezes assediaram profissionais empregados no Flamengo? Nesse jogo todo, dá para concluir que o futebol, principalmente o nacional, segue uma mistura de ímpeto da selva e organização da casa da Mãe Joana.

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