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15 de fevereiro de 2025

Hub do Dragão recebe o espetáculo “Água Redonda e Comprida” nesta semana

A obra apresenta, por meio da dança contemporânea, uma demarcação aos palcos com corpos e narrativas Kaingang, povo indígena brasileiro presente nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo
Foto: Dani Berwanger

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Nesta quarta-feira (15) e quinta-feira (16), o espetáculo Água Redonda e Comprida mergulha em Fortaleza para apresentação, intercâmbio cultural e atividades formativas gratuitas no Teatro B. de Paiva, espaço que integra o Hub Cultural Porto Dragão. A obra é uma narrativa de dança contemporânea criada a partir do financiamento do Instituto Goethe e Centro Municipal de Dança de Porto Alegre, difundindo e fortalecendo os conhecimentos sobre as águas a partir da perspectiva Kaingang.

Na estreia do espetáculo (15), acontece uma roda de conversa, aberta ao público e tradução em libras, com Angélica Kaingang, Iracema Gah Teh, Nayane Gakre, Geórgia Macedo, orientadoras cênicas e elenco da obra, e Ana Floresta, artista local convidada e integrante da Coletiva Flecha Lançada. As artistas trazem para o diálogo a relação que os povos indígenas do Sul e Nordeste estabelecem com as águas, a importância dos mais velhos nas criações artísticas, a potência e os desafios da construção intercultural em dança.

Já no dia 16 de janeiro, o projeto proporcionará a oficina “Águas que movem corpos”, na sala Flávio Sampaio, localizada no Hub Cultural Porto Dragão, com as ministrantes Geórgia Macedo, Angélica Domingos, Iracema Gah Te, Nayane Gakre e Ana Floresta, das 10h às 13h. A formação é gratuita, aberta ao público de interesse em dança e no conhecimento dos povos indígenas (kariri e kaingang) e com limite de vinte vagas. As inscrições acontecerão via formulário até completarem as vagas. Caso não sejam preenchidas, elas serão abertas ao público presente na hora da atividade.

O ESPETÁCULO

A obra apresenta, por meio da dança contemporânea, uma demarcação aos palcos com corpos e narrativas Kaingang, povo indígena brasileiro presente nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. O espetáculo convida o espectador a mergulhar em um imaginário projetado sobre a vivência dos povos indígenas do sul do Brasil. A narrativa é concebida a partir de referências de práticas de arte e aprendizagem, criação e compartilhamento do cotidiano, em suas diferentes gerações, das pessoas Kaingang, como também de artistas não indígenas das artes cênicas e trabalhos de companhias de dança internacionais.

Em cena, a bailarina, Geórgia Macedo, e a bailarina pré-adolescente do Povo Kaingang, Nayane Gakre, dançam e jogam, mergulhando no universo das águas desde a cosmovisão do Povo Kaingang, e trazem em sua composição coreográfica a força e a fluidez representativas aos rios, goj tej (águas compridas), e às nascentes, as goj ror (águas redondas).

“A narrativa coreográfica, a iluminação, a sonoplastia e o cenário que se transforma ao longo da peça, faz com que os corpos das bailarinas se encontrem e conduzam os espectadores ao movimento e às potências das nascentes e dos rios, a fim de refletir sobre as águas originárias que dão vida ao todo”, explica a diretora artística do projeto, Geórgia Macedo.

A temporalidade e a relação corpo-objeto são expressas a partir de objetos em cena, manuseados e manipulados pelas bailarinas que os utilizam em seus corpos, cobrindo-os completamente ou em partes, em um lindo improviso em dança. Para compor a estética, as imagens de águas redondas e compridas são exploradas em movimentos lineares e circulares, utilizando os movimentos fluidos como ações cotidianas como caminhar e correr no espaço.

O espetáculo possui classificação indicativa livre e os ingressos para os espetáculos estarão disponíveis para retirada 1h antes de cada apresentação na bilheteria do teatro do Hub Porto Dragão.

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