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19 de maio de 2025

Haddad diz que decisão de Trump de aumentar tarifas para produtos brasileiros é incoerente

A atitude não faz sentido para um país que tem superávit em relação a outro, no caso entre os dois países, favorável ao governo norteamericano
Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda do Brasil. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), novamente teceu críticas às medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas para produtos de diversos países, incluindo o Brasil. Nesta última quarta-feira (16) o petista afirmou que o governo estadunidense tem sido incoerente ao estabelecer tarifas adicionais aos produtos brasileiros. A atitude, argumentou Haddad, não faria sentido para um país que tem superávit em relação a outro. 

No caso, os Estados Unidos exporta mais do que importa para o Brasil, por isso o superávit favorável. Conforme o ministro, é essa a incoerência que o governo está tentando chegar às autoridades americanas. “E vamos ter que fazer valer o que o Congresso aprovou com unanimidade, a Lei da Reciprocidade. Mas a diplomacia brasileira é expert nisso, vai saber tomar as medidas certas na hora certa, depois de muita negociação”, destacou o ministro.

“Acredito que o governo brasileiro está tomando a melhor postura possível. Considerar um parceiro histórico. Entender que é um momento delicado da história americana, e temos que saber lidar com isso. E colocando nossos pontos de vista, que são totalmente defensáveis”, completou. 

As tarifas mencionadas pelo ministro foram impostas pelo governo de Donald Trump a todos os parceiros comerciais dos EUA no início do mês. Em média, as taxas foram de 10% para países da América Latina, de 20% para Europa e de 30% para Ásia. A nação mais prejudicada foi a China, com taxas acimas de 100%. 

CRÉDITO CONSIGNADO

O ministro da Fazenda também voltou a falar sobre a possibilidade de uso do crédito consignado pelo trabalhador celetista, que tem carteira de assinada. O programa Crédito do Trabalhador, lançado em março, oferece melhores condições de juros em relação aos de mercado.

Na última terça-feira (16), o ministro recomentou prudência aos trabalhadores, para evitarem contrair dívidas desnecessárias. Ele lembrou que o empréstimo por consignado é um dos recursos possíveis, mas “não resolve todos os problemas”.

“Não existe uma bala de prata que vai resolver o problema de todos as pessoas, independentemente da sua situação. Há 20 anos, pensamos no consignado, inclusive privado, que não aconteceu. Aconteceu o do servidor público, o do aposentado, e o do celetista ficou muito acanhado, porque dependia de um convênio entre a empresa e o banco. Entendemos que agora, pelos novos mecanismos criados, pela tecnologia, nós vamos conseguir criar um marketplace de crédito mais barato. É para um determinado público”, disse Haddad.

Haddad acrescentou que o Congresso Nacional também precisa avançar em projetos que estão em tramitação.“Falei com o senador [Davi] Alcolumbre [presidente do Congresso], que tem uma lei pronta para ser aprovada no Senado. Já passou pela Câmara com larga margem de votação. E está no Senado há seis meses. Ela abre novas possibilidades de crédito para quem não é celetista. Mas eu preciso do Congresso, preciso da lei dando amparo ao que estou imaginando”, complementou o ministro.

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