Porta-voz do liberalismo, a Rede Globo se notabilizou nos 58 anos que está prestes a completar – a serem feitos no mês que vem – pela oposição aberta a movimentos progressistas. Começando pelo apoio acrítico e entusiasmado ao golpe militar de 1964, a empresa veio trilhando uma trajetória de ataques sistemáticos a organizações políticas e populares que julgasse inimigas de seus propósitos. Fez assim na campanha que empreendeu contra as Diretas-Já e no alinhamento ao impeachment de Dilma Rousseff.
A postura se acentuou no apoio à Operação Lava Jato, golpe que manipulou Justiça, parlamentos, imprensa e opinião pública para impedir que Lula fosse eleito para o Planalto em 2018. O resultado dessa articulação é bem conhecido e atende pelo sobrenome de Bolsonaro. No rastro da histeria contra o PT, ou de euforia direitista, o jornalista Pedro Bial saiu-se com essa: “Só entrevisto Lula com um detector de mentiras”. Havia ali um transparente preconceito, um tratamento, um preconceito vulgar e uma postura anti-profissional. Autor da biografia do patrão, Bial perdeu uma chance de ouro para guardar a própria vaidade e preservar a imagem que tem.
ANJO DE CANDURA
Pois bem: após a posse de Lula – o que certamente a Globo não antevia poucos anos trás – e do Gabinete, Pedro Bial virou um cordeirinho. Já entrevistou vice-presidente Geraldo Alckmin, a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) e o ministro Sílvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania), nomes bem relacionados a Lula e ao perfil da gestão do presidente. O apresentador e a Globo teriam comprado o tal detector de mentiras?
CONVERSA COM BIAL É ASSIM?
A vergonhosa situação de parte da Imprensa, que agora corre atrás de lulistas para ouvi-los, remete a outro episódio com Bial. No começo dos anos 2000, o jornalista veio a Fortaleza para uma atividade cultural no Centro Dragão do Mar – iria recitar versos. Um jornalista do “O Povo” escreveu um texto crítico sobre o trabalho. Bial “queimou ruim”, como se diz popularmente. Agressivo e cheio de testosterona, escreveu carta para o jornal e ameaçou o autor do artigo com uns “piparotes” na cabeça. A agressão, no entanto, não se cumpriu – ainda bem.
CLUBE IRMÃ-CAMINHONEIRA
Empresa de transportes, que atua como aplicativo de fretes, apurou que a participação feminina entre profissionais que dirigem caminhões cresceu 233% desde 2021. Naquele ano, havia registros de 3 mil caminhoneiras trabalhando nas estradas. Agora, o número passa de 10 mil.
JUSTO E NECESSÁRIO
A deputada Gabriela Aguiar (PSD) pôs para tramitar na Assembleia projeto que cria o Programa de Prevenção e Combate aos Crimes Sexuais nas Escolas, Universidades e Faculdades. A ação, segundo o texto, alcançaria as redes de ensino pública e privada no Estado. Acredite: há setores do ensino que se opõem à ideia.
ESTAMOS AÍ
A Coluna do Roberto Maciel é publicadam simultaneamente no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br) e no jornal Opinião (www.opiniaoce.com.br), sempre às terças e quintas-feiras e aos sábados. Os textos também estão em https://bit.ly/3q4AETZ.