O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), falou, em tom de crítica à política de armamento da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) anunciada pelo prefeito José Sarto (PDT), que as Guardas Municipais foram criadas para fazer “trabalho de ocupação dos espaços públicos”. Ainda conforme o parlamentar, a entidade deve ter um trabalho de integração com os demais órgãos da Segurança Pública, sejam eles estaduais ou federais.

Além de Evandro, são pré-candidatos em Fortaleza o ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), o deputado federal André Fernandes (PL), o senador Eduardo Girão (Novo), o produtor cultural Técio Nunes (Psol) e o prefeito Sarto, que tenta sua reeleição. Diante do cenário de insegurança e de criminalidade que o Ceará e, principalmente, Fortaleza e sua Região Metropolitana vivenciam, o tema vem sendo tratado como uma das principais pautas de discussão entre os pré-candidatos. Evandro defende um debate transversal e transnacional.

“A União tem o seu dever e suas obrigações, o Estado tem suas obrigações e os municípios também têm o dever de participar dessa pauta, dessa agenda, através de suas Guardas Municipais. Então, não tenho nenhum problema em discutir”, disse.

No entanto, o petista frisou que é importante discutir a Segurança Pública “não pelo palanque político”. “Alguns querem tratar desse tema, a dor de pessoas, a dor de famílias que perdem os seus entes, e transformar isso num palanque político. No momento correto, vai haver um debate político e aí sim nós iremos discutir”, completou. A fala vem na semana seguinte à visita de Sarto ao Instituto Doutor José Frota (IJF), para acompanhar o atendimento de oito crianças e adolescentes que foram socorridos na unidade, vítimas de uma tentativa de chacina no Barroso, na noite de sexta-feira (21).

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SEGURANÇA PÚBLICA

No ano inicial deste primeiro mandato do governador Elmano de Freitas (PT) à frente do Palácio da Abolição, a segurança foi um dos setores mais criticados pela sua oposição e a população. Casos de assassinatos e chacinas têm assustado os cearenses. Diante da avaliação negativa, o governador promoveu a troca no comando da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) no último mês de maio. Na ocasião, Samuel Elânio deixou a pasta para a entrada de Roberto Sá. Após a mudança, Elmano subiu o tom em relação à insegurança, chegando a afirmar que “bandido vai ser tratado como bandido”.

Em primeira reunião como secretário, Roberto Sá disse que a sua prioridade a frente da segurança pública vai ser reverter os índices de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) no Estado. Sá destacou que os crimes violentos contra o patrimônio (CVCPs), que englobam roubos e furtos mediante arrombamentos, já sofreram uma redução e que as Forças de Segurança trabalham para que continuem diminuindo. O gestor, inclusive, disse ter solicitado as análises criminais às instituições vinculadas, com o mapa termal. “Pedi o levantamento de onde, quando e como eles [os crimes] estão acontecendo, para aportar recursos específicos para aquela região, seja de manhã, de tarde, de noite, de madrugada”, frisou.