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15 de outubro de 2024

Guarda municipal é morto a tiros na própria festa de aniversário com tema do PT

Segundo a Polícia Civil, o assassino chegou ao local gritando "aqui é Bolsonaro!".
Foto: Reprodução

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O guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo Aloizio de Arruda, 50, morreu na madrugada deste domingo, 10, após ser baleado durante sua própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, no Paraná, por um homem que seria apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). O servidor chegou a ser levado ao Hospital Municipal da cidade, mas não resistiu, deixando esposa e quatro filhos. Segundo a Polícia Civil, o atirador é o policial Penal Federal Jorge José da Rocha Guaranho, que também foi baleado.

O boletim de ocorrências cita que o policial chegou ao local gritando “aqui é Bolsonaro!”.

Marcelo Arruda comemorava o aniversário de 50 anos e tinha como tema o PT, com fotos do ex-presidente Lula. A comemoração era realizada na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu. Segundo a a Prefeitura de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda era da primeira turma da Guarda Municipal e estava na corporação há 28 anos. Ele também era diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi). Em nota, a Prefeitura lamentou o ocorrido.

“A Prefeitura de Foz do Iguaçu expressa o mais profundo pesar pelo falecimento do guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos. Marcelo era da primeira turma da Guarda Municipal e estava na corporação há 28 anos. Ele também era diretor da executiva do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi). O guarda municipal deixa esposa e quatro filhos”.

“Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda a sua dedicação e comprometimento com o Município, o qual nestes 28 anos de funcionalismo público defendeu bravamente, tanto atuando na segurança como na defesa dos servidores municipais”, expressou o prefeito Chico Brasileiro.

Repercussão

Após a notícia do crime, políticos e lideranças de todo o País mostraram indignação nas redes sociais pelo que chamaram de “ato político”. “Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha”, disse Lula, pelo Twitter.

“Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda.”

Na publicação, o ex-presidente também pede “compreensão e solidariedade” com os familiares do agressor, que “perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável”.

Já o pré-candidato a deputado federal por São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), reiterou que Lula e Bolsonaro não fazem parte da “mesma moeda”. “O bolsonarismo prega a morte, a tortura e leva a assassinatos políticos. Definitivamente não é uma escolha difícil”, frisou. Já o deputado estadual cearense Renato Roseno (PSOL), também criticou os estímulos do presidente a apoiadores com discursos do “bem contra o mal”, e disse que “ódio e a estupidez bolsonaristas” fizeram mais uma vítima.

“Entre Bolsonaro e Lula, a escolha é simples: a barbárie ou a democracia. O primeiro representa o ódio aos pobres, a intolerância, a anti-ciência, o escárnio com o sofrimento do povo. O segundo rerpresenta a possibilidade de reconstrução do país e a defesa do estado democrático.”

Por meio de nota oficial assinada pela presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann; e pelo coordenador Nacional do Setorial de Segurança Pública do PT, Presidenta Nacional da agremiação, Abdael Ambruster, o partido também se manifestou, se solidarizando com familiares e amigos da vítima. “Basta de violência! Basta de destruição! É tempo de reconstrução e transformação do Brasil e das relações entre brasileiros e brasileiras! Vamos chorar e enterrar mais um companheiro que tombou vítima da violência política, basta!”

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