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19 de maio de 2025

Governo planeja universalizar conexão em todas as Unidade de Saúde Indígena até 2026

O acesso à internet de qualidade permitirá o atendimento médico à distância por meio da telessaúde
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 1,7 milhão de brasileiros se declaram indígenas -Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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Em alusão ao Dia Nacional dos Povos Indígenas, celebrado neste sábado (19), o governo federal anunciou que planeja interconectar todas as unidades de saúde indígena do Brasil até o final de 2026. A medida garante que todos os estabelecimentos públicos que cuidam da saúde dos povos originários tenham acesso à internet de qualidade, permitindo a implementação da infraestrutura de telessaúde nas comunidades. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 1,7 milhão de brasileiros se declaram indígenas, com ancestrais de 305 etnias identificadas no país.

“Nosso objetivo é chegar até o final do ano que vem com a universalização da conectividade em todas as unidades de saúde indígenas do nosso país”, afirmou o secretário nacional de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba.

Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) são unidades gestoras descentralizadas do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Cada um reúne um conjunto de serviços e atividades, prestados por meio das Unidades Básicas de Saúde Indígenas (UBSIs), polos-base e Casas de Saúde Indígena (Casais). Atualmente, existem 34 Dseis que oferecem consultas e exames de rotina para os povos originários. Do total, 19 já dispõem do serviço de consultas à distância, que utiliza internet banda larga do Programa Conecta Brasil, do Ministério das Comunicações. O governo planeja universalizar a conectividade em todas as unidades.

De acordo com a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), foram realizados 17,31 milhões de atendimentos a indígenas no ano passado, o que indica o crescimento que vem ocorrendo, já que, em 2018, foram atendidos 9,18 milhões de indígenas. Entre os serviços oferecidos estão as consultas médicas, vacinações e atendimentos odontológicos.

O secretário Weibe Tapeba destacou que foram implementados mais de 700 pontos de conectividade, mas que ainda existe a necessidade de um maior aporte de recursos financeiros. “Assumimos a secretaria [em 2023, primeiro ano da atual gestão federal] em meio a um cenário de desmonte. Ainda durante a transição [entre os governos Bolsonaro e Lula], a proposta orçamentária enviada ao Congresso Nacional previa o corte de 59% do orçamento da Sesai. Conseguimos não só recompor o orçamento, como, nos dois primeiros anos, incrementamos o orçamento em cerca de R$ 1 bilhão”, afirmou Weibe.

Apesar do cenário positivo para a pasta, o secretário aponta dificuldades. “É o maior orçamento da saúde indígena de todos os tempos. Mesmo assim, temos uma demanda reprimida, um passivo, sobretudo em termos de infraestrutura, especialmente na área do saneamento básico”, admitiu o secretário, informando que cerca de 60% dos territórios indígenas no Brasil ainda não têm acesso à água potável.

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