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14 de janeiro de 2025

Governo Federal afasta cerca de 4,5 mil crianças do trabalho infantil em dois anos

Deputados federais reforçam gravidade do problema, ressaltam longevidade política e enfatizam a importância da fiscalização para afastar crianças e adolescentes de atividades insalubres
Foto: Divulgação/ Secom Presidência da República

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Durante sessão comemorativa dos 30 anos de combate do trabalho infantil no Brasil, realizada na Câmara dos deputados, o secretário de Inspeção do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Felipe Brandão, destacou que o Governo Federal faz um trabalho eficiente. “Somente nos últimos dois anos, conseguimos afastar aproximadamente 4,5 mil crianças do trabalho infantil”.

O MTE, cofundador do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), destacou a importância da iniciativa. O FNPeti coordena a Rede Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, que reúne 27 fóruns estaduais e 48 entidades de trabalhadores, empregadores e sociedade civil.

Luiz Felipe Brandão destacou o papel crucial do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti) na implementação de políticas para eliminar o trabalho infantil e ressaltou os resultados significativos da fiscalização trabalhista, que retirou cerca de 140 mil crianças e adolescentes do trabalho nos últimos 20 anos.

ALERTA

Apesar dos avanços, o secretário alertou sobre a gravidade do problema, mencionando que ainda há cerca de 1,6 milhão de crianças trabalhando no Brasil, muitas delas em condições extremamente precárias. A sessão foi presidida pela deputada federal Erika Kokay e contou com a presença de Katerina Volcov, secretária-executiva do FNPeti; Maria Cláudia Falcão, da Organização Internacional do Trabalho (OIT); Antônio Lacerda, da Contag; e Eliana dos Santos, subprocuradora-geral do Trabalho.

PARADOXO

Katerina Volcov destacou o paradoxo de celebrar a longevidade de uma instituição cujo objetivo maior é a própria extinção, simbolizando um Brasil onde nenhuma criança ou adolescente precise trabalhar. Apesar de uma legislação robusta, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Constituição Federal, ela apontou que a proteção integral ainda é limitada pela baixa priorização da infância nos orçamentos públicos.

O auditor-fiscal do Trabalho Roberto Padilha, coordenador da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil, explicou que a Secretaria de Inspeção do Trabalho, por meio Coordenação Nacional de Fiscalização do Trabalho Infantil, que articula 27 coordenadorias regionais e o Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Infantil.

FISCALIZAÇÃO

Segundo Roberto Padilha, as fiscalizações garantem o afastamento imediato de crianças e adolescentes do trabalho infantil, além de assegurar a quitação de direitos trabalhistas e aplicar penalidades administrativas aos responsáveis. Após as ações, as vítimas são encaminhadas à rede de proteção para inclusão em políticas públicas de assistência social, educação e formação profissional.

“Outra ação importante é a inclusão de adolescentes com idade a partir de 14 anos, egressos do trabalho infantil, na aprendizagem profissional, assegurando oportunidades de qualificação em ambientes de trabalho seguros e protegidos, além de direitos trabalhistas, previdenciários e acesso ao ensino regular”, pontuou.

HOMENAGEM

Durante a sessão, o Fórum homenageou pessoas e instituições que se destacaram no combate ao trabalho infantil nos últimos 30 anos. Entre os homenageados, a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) e três auditoras-fiscais do Trabalho foram agraciadas com placas de reconhecimento pelo impacto de suas contribuições: Marinalva Dantas, Denise Brambilla Gonzalez e Virna Damasceno.

INSTRUMENTO ESTRATÉGICO

A Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil, coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), é um instrumento estratégico para implementar a política nacional de prevenção e erradicação do trabalho infantil no Brasil. Com a publicação do Decreto 11.496, de 19 de abril de 2023, a comissão retomou a composição original, incluindo representantes do Governo Federal, trabalhadores, empregadores, o Sistema de Justiça e a sociedade civil, esta última representada pelo Conanda e pelo FNPeti.

Na atual gestão, o FNPeti recuperou o assento e direito a voto nas deliberações da Conaeti, revertendo uma mudança realizada no governo anterior. Atualmente, a comissão desenvolve iniciativas importantes, como elaboração do IV Plano Nacional para Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador; e definição de fluxos nacionais de atendimento a crianças e adolescentes vítimas de trabalho infantil.

Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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