O senador cearense Eduardo Girão (Podemos) vai disputar a presidência do Senado contra o atual presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o rival Rogério Marinho (PL-PN). A ideia de Girão, afirma ao OPINIÃO CE, é impedir que a polarização política tenha reflexos na eleição para o comando da Casa. “É uma candidatura que não é apadrinhada nem por Bolsonaro, nem por Lula. Eles já têm os apadrinhados deles, que são o Rogério Marinho e o Rodrigo Pacheco. Eu acho que o Senado tem que ficar longe disso, longe de briga, chega de polarização. A nossa candidatura vai ao interesse da sociedade, redução de privilégios dos senadores e também dos três Poderes”.
Sem perspectiva de vitória, Girão destaca a dificuldade sobretudo em virtude do voto secreto. Questionado sobre o número de votos que mensura alcançar, ele afirma que é difícil fazer uma projeção. “Político tem dificuldade de dizer não e sinaliza de uma forma, e com o voto secreto, fica mais difícil ainda. Eu tenho feito campanha pelo voto aberto, transparência total. Muitos senadores estão abraçando essa ideia e a gente tá fazendo um trabalho com muita serenidade”, pontuou. Ainda segundo ele, “o Brasil não pode ser puxadinho nem de Lula, nem de STF”.
Girão, que se define como um candidato independente e afasta ligação com Bolsonaro (PL), entretanto, tem um discurso parecido com o de apoiadores do ex-presidente. “O Senado hoje está inerte, omisso, assiste tudo de camarote e se rebaixou, se apequenou e tá na hora do Senado se levantar para que sobretudo a gente tenha uma democracia forte e a liberdade, porque o brasileiro está com medo”, destacou.
Dos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem trabalhado para emplacar o seu ex-ministro do Desenvolvimento Regional para a presidência do Senado. Bolsonaro começou a telefonar para aliados pedindo que votem em Marinho e, principalmente, “contra o PT”, nas eleições que acontecem amanhã, dia 1º de fevereiro.
Com apoio do presidente Lula (PT), Pacheco, por sua vez, luta para não ser traído por partidos aliados e pressiona siglas como PL, Republicanos e PP para que alguns parlamentares da bancada o apoiem.
Rogério Marinho, disse que, se for eleito em 1º de fevereiro, assinará a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os ataques do 8 de Janeiro. A declaração foi dada em evento no sábado, 28, em Brasília, em que foi oficializado o apoio de PP e Republicanos ao seu nome. Ele criticou o atual governo que, segundo ele, antes era favorável às investigações e agora passou a ser contra.
O atual presidente tem maioria dos votos, mas o apoio ao candidato do PL vem crescendo nos últimos dias. Para vencer, o candidato precisa de, pelo menos, 41 votos favoráveis. Se ninguém atingir esse número, a votação vai para o segundo turno.