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15 de janeiro de 2025

Gilberto Gil: Se eu quiser falar com Deus?

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Gilberto Passos Gil Moreira fez aniversário de 80 anos. Na pesquisa de mestrado, descobri com os entrevistados Augusto Pontes, Cláudio Pereira e Francis Vale que o Gruta, do Grupo Universitário de Teatro e Arte, tinha convidado os tropicalistas para uma apresentação em Fortaleza em 1967, antes mesmo do surgimento e da explosão da Tropicália.

Reprodução/Instagram

Na faculdade de Direito daquele ano, Gil, Torquato Neto e Capinam se apresentaram. A historiografia da música brasileira traz sempre, o show de Gil na USP como o pioneiro da sua arte política e estética musical subjacente ao Tropicalismo. Na documentação encontrada, o show aconteceu antes na faculdade de Direito em Fortaleza e não na apresentação da USP.

Raimundo Fagner assistiu ao show e me contou: “Eu pesquei aqueles acordes, as harmonias e a pegada do violão do Gil.” Por intermédio de uma amiga, tive acesso ao Gil. Apresentei-me e de forma resumida disse-lhe o objeto da pesquisa. Ele falou-me: “Sim, lembro demais.” Depois daquele encontro, fiz mais pesquisas sobre a sua obra, especialmente com o livro “Gilberto Gil: todas as letras”, no qual o compositor baiano faz comentários da gênese de oitenta canções.

Inicialmente, fui à cata da origem das canções que mais conhecia, como “Aquele Abraço”, e que hoje meu filho João Paulo toca tão bem. Nas reminiscências de Gil: “Aquele abraço, Gil! Era assim que os soldados me saudavam no quartel.” Quantas canções geniais! Quem não lembra o III Festival de Música Popular Brasileira e a música “Domingo no Parque”, e Gil acompanhado do conjunto Os Mutantes?

“Vamos Fugir” sempre está nas minhas boas lembranças de Canoa Quebrada. Quem não se emociona ao ouvir “Lamento Sertanejo” parceria com Dominguinhos. E “Se Eu Quiser Falar com Deus”: “Tenho que ficar a sós/Tenho que calar a voz/Tenho que lamber o chão/Tenho que ter mãos vazias/Ter a alma e o corpo nus…” Essa tenho como oração. Vida Longa Gil!

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