O litro da gasolina já fica ao menos R$ 0,20 mais caro a partir deste sábado, 18, nas refinarias da Petrobras em todo o País. O preço do combustível vendido às distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, um aumento de 5,18%. Já o litro do diesel comercializado nas refinarias passou de R$ 4,91 para R$ 5,61, um aumento de R$ 0,70, ou 14,26%. Esta é a primeira vez que o diesel fica mais caro que a gasolina. O novo reajuste foi anunciado nesta sexta-feira, 17, pela empresa.
O preço final da gasolina inclui impostos, a mistura obrigatória de etanol anidro e as margens das distribuidoras e dos postos de gasolina. Segundo a Petrobras, a parcela da empresa no preço final ao consumidor passou de R$ 2,81 para R$ 2,96 por litro. Conforme comunicado da Petrobras, o combustível não era reajustado desde 11 de marçoD, há 99 dias.
Já em relação ao diesel, o preço cobrado ao consumidor inclui impostos, margens de distribuidoras e postos de combustíveis e a adição obrigatória de biodiesel. O valor estava congelado há 39 dias, desde 10 de maio. O parcela cobrada passará, a partir deste sábado, de R$ 4,42 para R$ 5,05 a cada litro vendido na bomba.
Repercussão
O novo reajuste repercutiu entre autoridades políticas. O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a dizer que vai propor ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a diretoria e o conselho da Petrobras. Já Lira disse, pelas redes sociais, que convocará, na segunda-feira, 20, uma reunião de líderes para discutir a política de preços da empresa.
“A República Federativa da Petrobras, um país independente e em declarado estado de guerra em relação ao Brasil e ao povo brasileiro, parece ter anunciado o bombardeio de um novo aumento nos combustíveis. Enquanto tentamos aliviar o drama dos mais vulneráveis nessa crise mundial sem precedentes, a estatal brasileira que possui função social age como amiga dos lucros bilionários e inimiga do Brasil”, disse.
Nesta semana, também houve movimentação na Câmara dos Deputados, que aprovou o Projeto de Lei Complementar (PLP) que fixa um teto de 17% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de combustíveis, ao gás natural, à energia elétrica, às comunicações e ao transporte coletivo. Ao OPINIÃO CE, o professor de economia política da Universidade Federal do Ceará (UFC), Edemilson Paraná, disse, no entanto, que o PLP não vai resolver o problema.
“Os aumentos não são em razão da tributação do ICMS, mas sim por conta da nova política de preços que a Petrobras estabeleceu nos últimos, desde o governo Temer e aprofundado no governo Bolsonaro.”
