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12 de fevereiro de 2025

Fortalezenses celebram a vitória do Brasil na Praça do Ferreira

Público gritou a cada aproximação do time brasileiro da trave adversária, comemorou e reclamou do gol anulado para depois celebrar o balançar definitivo da bola na rede
Foto: Beatriz Boblitz

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Vendedores, camelôs, pessoas em situação de rua e transeuntes que passeavam pelo centro de Fortaleza ou vieram diretamente para acompanhar o jogo, se posicionaram em frente ao Cineteatro São Luiz, onde um telão exibiu a vitória da seleção brasileira sobre a Suíça, na Copa do Mundo do Catar.

O público gritou a cada aproximação do time brasileiro da trave adversária, comemorou e reclamou do gol anulado para depois celebrar o balançar da bola na rede pela equipe da canarinha.

O telão, oferecido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) para as partidas marcadas para as 13 horas, apresentou algumas falhas, como cortes de som ou travamentos de imagem, o que incomodou, mas não foi suficiente para frear a animação dos espectadores.

O vendedor Simão Pereira, 51 anos, encontrou uma solução para o atraso na imagem: ouviu o jogo também do rádio. Foi assim que ele, antes de todo mundo, vibrou com o primeiro gol, posteriormente anulado, e com o segundo que determinou a vitória brasileira no jogo.

“O rádio chega primeiro, e a gente não é pego de surpresa. No caso, a televisão, como uma Internet dessas aí não colabora, isso deixa a gente ansioso, nervoso, com a seleção”, disse. Marcelo Tavares, de 46 anos, aproveitou o momento para vender bonés e bandeiras do Brasil. Contando o apurado entre a Feira da Madrugada e o da Praça, ele já havia conseguido vender 30 unidades da bandeira somente nesta segunda e agradeceu a Copa por isso.

“A economia está se movimentando. Se o Brasil ganhar hoje, fica melhor para o Ceará, para o Brasil. Melhora para os camelôs, as pessoas que trabalham com vendas. E não só isso: as pessoas ficam mais felizes. Isso é o que importa”, afirmou.

TRABALHADORES
A vendedora Lucivanda Maria, 54 anos, que trabalha em uma loja de bijuterias e maquiagens do Centro, colocou uma peruca verde para estar a carater para o evento. Há 15 anos trabalhando no bairro, ela tem acompanhado as últimas copas na Praça do Ferreira. “O brasileiro tem que ter confiança no Brasil”, afirmou. Ela e demais profissionais que atuam em lojas do Centro foram liberados para assistir aos jogos no local. A proposta da CDL para o comércio de rua é que as lojas fecharão meia-hora antes da partida e reabrirão meia-hora depois. Nos dias de partidas às 16 horas, os estabelecimentos fecharão meia-hora antes e só reabrirão no dia seguinte.

PITACOS TÉCNICOS
Não faltou quem tivesse conselhos a dar para Tite, técnico da Seleção, sobre a escalação do time. O garçom e artista José Lourenço, de 55 anos, avaliou a partida como “excelente”, mas disse que Tite errou ao escalar Lucas Paquetá no primeiro tempo.

“Bastou ele tirar o Paquetá e chamar o Rodrygo, o time foi pra cima.” Para o evento, ele se fantasiou de Xeique à brasileira, com um turbante árabe na cabeça feito com bandeira do Brasil. Para a camisa, escolheu uma blusa do Ceará Sporting Club. Depois do jogo, ele se vestiu de Papai Noel para o Natal de Luz de Fortaleza. O Sheik também sentiu a falta do atacante Neymar Jr, fora do jogo por ter sofrido uma lesão no tornozelo.

“O Neymar faz falta porque é o melhor jogador que temos na seleção. O problema do Neymar é que ele segura muito a bola. Os jogadores vão todos na perna dele e aí dá no que dá. Eu estou rezando para que ele se recupere.”

Já o vendedor de água Luís Carlos, de 23 anos, apontou que o time de brasileiros estaria melhor no ataque com a presença do camisa 10 ou se Everton Ribeiro for escalado.

“O Neymar faz aquela jogada individual. Mas acho que, se o Tite colocar o Everton Ribeiro, fica melhor, porque ele tem uma forma mais ofensiva de chegar no ataque”, sugeriu.

Vestindo uma camisa com o nome do atacante lesionado, ele revela ter sido conquistado mesmo pelo camisa 9, Richarlison. “Ganhou meu coração o Richarlison. Aquele golaço lá eu nunca vou esquecer. Vou fazer uma foto e botar lá na minha estante”, lembra sobre os dois gols marcados pelo centroavante na partida contra a Sérvia, na última quinta-feira, 24.

O casal Tiago e Irineuda, de 24 e 26 anos, respectivamente, vieram da Caucaia para acompanhar a partida na Praça do Ferreira. Essa é a primeira copa a que eles estão assistindo como casal, mas os dois já tinham o costume de ver os jogos no Centro.

Sobre a escolha pela praça para acompanhar a partida, apontou a “energia” coletiva como principal motivação. “A animação, a alegria, a energia que transmite.”

A dona Tereza Vasconcelos, 89 anos, gosta da Copa e estava passeando no Centro quando decidiu acompanhar o jogo na praça, sozinha. Ela tinha certeza da vitória brasileira, mas não quis arriscar um placar e disse que todos os jogadores são igualmente bons. “Eu moro lá perto da José Bastos e vim bater aqui, para assistir o jogo.”

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