De acordo com Defesa Civil de Fortaleza, foram atendidas 34 ocorrências relacionadas a chuvas na Capital. Dentre os casos, os principais foram riscos de desabamentos e inundações
David Mota
david.mota@opiniaoce.com.br

As chuvas seguem banhando as cidades do estado do Ceará, e a tendência é de que continue o cenário de precipitações, pelo menos até esta quarta-feira, 6. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), deve chover em todas as macrorregiões do Estado neste início de semana.
De acordo com dados da Defesa Civil de Fortaleza repassados à reportagem até o fechamento deste conteúdo, foram atendidas 34 ocorrências relacionadas a chuvas na Capital. Dentre os casos, os principais foram os riscos de desabamento e inundações, sendo 11 de cada tipo. Oito atendimentos foram voltados a desabamentos, três para alagamentos e um para risco de inundação.
Três famílias precisaram ser retiradas de suas residências, uma por risco de desabamento iminente e as outras duas por desabamento parcial. Não foi informado se a retirada ocorreu em um ou mais de um bairro e nem em quais teriam sido.
Famílias retiradas foram encaminhadas para casa de parentes ou amigos e receberam materiais de assistência, como cestas básicas, colchonetes, redes e mantas e serão cadastradas pela Célula de Atendimento à Vulnerabilidade Social (Ceavus) para inclusão no Programa de Locação Social (PLS) e aos demais programas habitacionais do governo.
PROBLEMAS ESTRUTURAIS
Um dos grandes problemas da capital cearense é o trânsito em dias de chuva, com as fortes precipitações recentes. Os impactos são notados. Conforme a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), os agentes estão atuando de acordo com o protocolo de emergência elaborado pela gestão municipal para dias chuvosos.
O objetivo é diminuir o impacto no fluxo do trânsito, com o acompanhamento via videomonitoramento dos principais pontos impactados, enviando agentes para os locais e planejando previamente desvios de tráfego.
Na rua Júlio Braga, no bairro Parangaba, e na rua Dr. Alfredo Wayne, no Bairro Fátima, houve queda de árvores, e por isso agentes e orientadores de tráfego atuam nos locais para ajudar os condutores. Na rua Costa Mendes, no Montese, também ocorreu a queda de uma árvore.
Segundo a autarquia, agentes foram enviados à ocorrência para orientar os motoristas. Na avenida General Sampaio, próximo a Estação das Artes, no cruzamento com a rua Senador Jaguaribe, no Centro, um buraco está prejudicando o fluxo de veículos.
AÇUDES SANGRANDO NO ESTADO
As chuvas também trouxeram benefícios para os cearenses, como por exemplo encher os açudes. O Açude Castanhão, maior do Ceará, registrou a melhor marca de volume hídrico dos últimos sete anos. O reservatório não ultrapassava a marca de 16% desde o dia 30 de agosto 2015 – no mês de março, o registro foi de 16,57% da capacidade.
No primeiro trimestre deste ano, o reservatório recebeu cerca de 600 milhões de m³, a maior recarga dentre os 155 açudes cearenses. Fevereiro foi o único mês do ano em que choveu abaixo da média histórica. O volume acumulado durante o segundo mês do ano foi de 149,8 mm, enquanto a média histórica é de 163,2 mm. No mês de janeiro, a marca foi de 300,6 mm, e a média histórica do mês inaugural do ano é de 117,1 mm.