Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram nesta última quarta-feira, 2, manifestação em Fortaleza. Vestidos com camisas verdes e amarelas, os protestantes chegaram a cantar o hino nacional e pedir intervenção federal no Brasil. Os pedidos aconteceram após o resultado das Eleições 2022 no último domingo, 30, pleito que deu a vitória a Lula (PT) como próximo presidente da República.
A concentração aconteceu em frente ao Comando da 10ª Região Militar, na avenida Alberto Nepomuceno, e seguiu para a Avenida 13 de Maio. Os bolsonaristas também ocuparam a calçada do Mercado Central de Fortaleza e as dependências da Catedral Metropolitana, no Centro. Havia cartazes com palavras de ordem e cânticos, como “Supremo é o povo”, em referência ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Este não é o primeiro ato de mesmo perfil. Logo após Bolsonaro assumir o Palácio do Planalto, em 2019, manifestações do tipo foram comuns, sobretudo na Praça Portugal. Na pandemia, também em frente ao prédio da 10ª Região Militar, bolsonaristas pediam AI-5 em resposta a ações de proteção sanitarista em virtude da pandemia do novo coronavírus, que dizimou, oficialmente, a vida de cerca de 700 mil pessoas no país.
À época, houve frases de condenação ao ex-governador Camilo Santana (PT), gestor do Ceará até abril deste ano, e a estruturas como o STF, que atuou seguindo os direcionamentos da ciência em prol do combate à covid-19.
PROTESTOS
Após a Eleições 2022, uma série de movimentos golpistas passaram a ocorrer em diversos pontos do Brasil. Um levantamento divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) por volta das 6 horas de ontem aponta ao menos 167 pontos de bloqueios e interdições no país. Segundo a PRF, 563 manifestações em estradas federais espalhadas pelo Brasil foram desfeitas. O Ceará não registrou desde domingo bloqueios em vias decorrentes de manifestações antidemocráticas.
Com 37 bloqueios, Santa Catarina, seguida por Mato Grosso, com 30, e Pará, com 17, são os estados com mais interdições. Os protestos são promovidos por grupos apoiadores de Bolsonaro que não aceitam o resultado das eleições. Na tarde de terça-feira, 1, o presidente se pronunciou pela primeira vez sobre o resultado das urnas e comentou sobre os protestos que ocorrem nas estradas em todo o Brasil.
“As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônios e cerceamento do direito de ir e vir“, disse. Ontem, Bolsonaro pediu que os atos cessassem.