Segundo a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), estão em andamento estudos para readequação de velocidade em novas vias de capital cearense. Nos últimos 5 anos, a Prefeitura Municipal de Fortaleza limitou a velocidade 50 ruas e avenidas ao máximo de 50 km/h. Dados relativos ao fluxo e o número de incidentes nessas vias são a base para um estudo que pode levar a mudança daquelas que ainda possuem velocidade máxima acima de 50km/h. São considerados critérios de acidentalidade viária e volume de tráfego.
O último levantamento realizado pela AMC, com dados consolidados até setembro de 2022, apontou uma redução de 68,1% na média de acidentes com mortes em ruas e avenidas que tiveram a velocidade máxima readequada para 50 km/h. O estudo teve como base 16 vias cuja readequação foi implementada em um período maior que 12 meses. Na análise, a Autarquia apurou que, nessas 16 vias, o quantitativo de sinistros com vítimas lesionadas caiu 18,9%. Já os atropelamentos diminuíram 29,7% e o de sinistros gerais, 23,3%.
Foram analisadas as avenidas Presidente Castelo Branco, General Osório de Paiva, Francisco Sá, Augusto dos Anjos, Frei Cirilo, Coronel Carvalho, Gomes de Matos, Dom Luís, Abolição, Santos Dumont, Historiador Raimundo Girão, Monsenhor Tabosa e Antônio Sales, e as ruas Dr. Justa Araújo, Alberto Magno e Governador João Carlos.
Apesar de estarem em andamento estudos para a implantação da redução do limite de velocidade em novas ruas e avenidas, o foco da autarquia é, por ora, o de analisar o impacto dessa mudança nas vias que já estão com 50 km/h. Desde 2018, 50 vias da Capital já tiveram sua velocidade máxima reduzida para 50km/h. A avenida Presidente Castelo Branco, conhecida como Leste-Oeste, inclusive, não registrou mortes por acidente de trânsito no ano passado. A AMC aponta que as medidas são pautadas em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O excesso de velocidade é a causa de uma em cada três mortes por acidentes de trânsito em todo o mundo. Além disso, a instituição também aponta que uma redução de até 5% na velocidade do veículo pode resultar em 30% menos mortes em vias. “Nos casos de atropelamento, por exemplo, os condutores que trafegam em velocidade reduzida têm maior possibilidade de reação. Quanto mais rápido um veículo estiver trafegando, maior será o impacto de um acidente de trânsito”, explica a Autarquia em nota ao OPINIÃO CE.
REGULAMENTAÇÃO
De acordo com a AMC, os limites de velocidade adotados nas vias da Capital seguem as diretrizes do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), sendo de no máximo 50 km/h para vias arteriais e 30 km/h para vias com grande volume de pedestres e ciclistas (vias locais e áreas de trânsito calmo). Além disso, a autarquia aponta que o CTB prevê que os municípios têm autonomia para regulamentar a velocidade com o intuito reforçar a segurança viária, principalmente no sentido de proteger os usuários mais vulneráveis (pedestres, ciclistas e motociclistas), mais suscetíveis a sofrerem lesões mais graves e até morte.
A adoção dessas medidas de redução dos limites de velocidade está inserida em uma estratégia abrangente de segurança viária do Município, que busca salvar vidas e contribuir para o bem-estar da população.
