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22 de março de 2025

Fortaleza atinge meta de redução da mortalidade materna estabelecida pela OMS para 2030

Em Fortaleza, o índice de óbitos de mulheres gestantes ou em período de pós-parto sofreu uma redução considerável entre 2021 e 2022, passando de 78,9 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos (Razão de Mortalidade Materna) para 27,1, no último ano
Foto: Prefeitura de Fortaleza/Divulgação

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Neste domingo, 28, é celebrado o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. Em Fortaleza, o índice de óbitos de mulheres gestantes ou em período de pós-parto sofreu uma redução considerável entre 2021 e 2022, passando de 78,9 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos (Razão de Mortalidade Materna) para 27,1, no último ano. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2030, a proporção deste dado deve ser de 30, conforme a pactuação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas.

Com isso, Fortaleza alcançou, em 2022, a meta estabelecida pela OMS para 2030.

Para a assessora técnica em Saúde da Mulher, Léa Dias, o resultado é fruto do trabalho constante nas políticas de saúde da mulher, incluindo a de gestantes e puérperas. “Tivemos uma redução não somente comparada ao período de pico da pandemia, período em que os óbitos foram em número maior, mas, também, em relação aos anos anteriores, como em 2018 e 2019, quando o RMM foi, respectivamente, 30,8 e 43,4. É algo a ser celebrado, visto que o cálculo para definição da razão é feito a partir da relação entre o número de óbitos maternos, a quantidade de nascidos vivos durante o ano em determinado espaço geográfico, multiplicado por 100 mil gestantes“, detalha.

MORTES EVITÁVEIS

São fatores de risco para morte materna a hipertensão (pré-eclâmpsia e eclâmpsia), doenças crônicas agravadas durante a gestação, além da obesidade, que estão associadas a desfechos maternos desfavoráveis. Outras complicações são os abortos inseguros, as complicações no momento do parto, as hemorragias graves e as infecções pós-parto, sendo as principais causas de mortes maternas evitáveis as síndromes hipertensivas, hemorragias e infecções.

A morte materna também é um indicador que reflete a violação dos direitos humanos, já que grande parte das mortes são evitáveis, atingindo, na sua maioria, a população com baixo poder econômico, baixa escolaridade, adolescentes e mulheres que vivem em áreas rurais e/ou de difícil acesso aos serviços de saúde.

A RMM é considerada um indicador relevante da qualidade de saúde ofertada a mulheres e é diretamente influenciada pelas condições socioeconômicas da população. Segundo definição estabelecida pela OMS, constitui o óbito de uma mulher durante a gestação ou até 1 ano após o parto, independente da duração ou da localização da gravidez, devido a qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez, ou ainda por medidas em relação a ela, onde não são incluídas causas acidentais.

ATENDIMENTOS

Para garantir a redução da morte materna e os resultados positivos durante a gestação, o acompanhamento pré-natal é fundamental, ajudando a prevenir complicações e promover a saúde da mãe e do bebê. O atendimento pré-natal é disponibilizado gratuitamente nos 118 postos de saúde, com consultas, onde a gestante é examinada e encaminhada para realização de exames e vacinas, além de ser vinculada a uma maternidade para atenção ao parto e intercorrências durante a gestação. O recomendado é que a mulher inicie o acompanhamento com até 12 semanas de gravidez para cumprir o calendário mínimo de consultas necessárias, a participação de grupos educativos e a estratificação de risco gestacional.

Atualmente, 12.188 gestantes estão sendo acompanhadas durante o pré-natal nas unidades básicas de saúde da capital cearense. Segundo a Prefeitura, os postos também ofertam grupos de gestantes, para o acolhimento e troca de experiências entre mulheres que estão passando por um período de grandes mudanças físicas e emocionais. As gestantes contam também com o apoio dos agentes comunitários de saúde que realizam visitas domiciliares.

Além do acompanhamento pré-natal, Fortaleza possui 23 Salas de Apoio à Mulher que Amamenta, sendo locais de apoio destinados ao compartilhamento de informações sobre os benefícios do aleitamento materno, além da orientação realizada por profissionais sobre técnicas que auxiliam uma boa amamentação. As salas também coletam leite humano, que é encaminhado aos bancos de leite dos hospitais da rede pública e beneficiam crianças prematuras que não têm a condição de serem alimentadas com o leite da mãe.

Cada sala consegue captar entre quatro e cinco litros de leite humano por mês. O equipamento conta com o apoio de um enfermeiro e técnico de enfermagem, capacitados para proporcionar um melhor acolhimento às mulheres, esclarecendo dúvidas e repassando orientações sobre o assunto.

MATERNIDADES

A Rede de Atenção à Obstetrícia da Capital é composta pelos hospitais distritais Gonzaga Mota da Barra do Ceará, do José Walter e de Messejana (que se encontra em reforma), além do Hospital Dra. Zilda Arns Neumann (Hospital da Mulher) e Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), bem como das maternidades de alto risco Maternidade Escola (MEAC), Hospital Geral Cesar Cals (HGCC) e Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e da rede contratualizada como o Hospital São Camilo Cura Dars.

Em Fortaleza, no terceiro trimestre é indicado que a gestante visite a maternidade na qual será realizado seu parto ou que será atendida nos casos de intercorrências no pré-natal e também no puerpério. A vinculação da gestante à maternidade favorece o nascimento humanizado, pois propicia conhecimento, conforto e segurança para as futuras mães. Somente em 2022, de janeiro a dezembro, 29.447 partos foram realizados nas maternidades de Fortaleza de forma segura e humanizada, disponibilizando o apoio físico e emocional necessários para que tenham um parto seguro, tranquilo e feliz.

O Hospital Nossa Senhora da Conceição, no Conjunto Ceará, realiza atendimento com atenção obstétrica e neonatal. Com um centro de parto normal com 4 quartos de pré-parto, parto e pós-parto (PPP), alojamento conjunto, berçário e leitos de observação e emergência obstétrica com acolhimento, além de classificação de risco. O grupo da atenção obstétrica da unidade faz um trabalho de aproximação com as gestantes das unidades vinculadas através do Encontro Família Grávida. O encontro ocorre uma vez por mês na própria maternidade e reúne as gestantes e familiares para um momento de atividades relacionadas às boas práticas de atenção ao parto e nascimento.

Além do HNSC, a Rede é constituída por dois Gonzaguinhas (Barra do Ceará e José Walter), que estão com a ambiência para atenção ao parto e nascimento, incentivando o parto humanizado e também contam com emergência de porta aberta, com o acolhimento e classificação de risco obstétrico. Já o Hospital e Maternidade Dra. Zilda Arns Neumann, hospital de retaguarda, é referência no atendimento às mulheres, com diversas especialidades que apoiam as ações assistenciais, entre elas: obstetrícia, ginecologia e endocrinologia. A unidade tem posto de coleta de leite humano, centro obstétrico, alojamento conjunto, berçário, Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal.

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