Voltar ao topo

19 de janeiro de 2025

Foca na bisa

Compartilhar:

Mulheres fortes, atenciosas e determinadas! As bisavós dos nossos filhos deixaram um legado de muita coragem, ousadia e compromisso. Sabiam servir um café, um bolo ou uma quermesse inteira. Tinham sempre uma visita, alguém que como pássaro pousava em seu quintal. Eram sombra e água fresca, carinho em forma de ação.

Foto: Unsplash

As bisas, em sua maioria, sabiam que daqui nada se leva, mas se deixa. Uma vida difícil: é verdade. Nada era simples. Precisavam plantar, colher e cozer. Precisavam caminhar para se locomover. Precisavam lavar na mão, acender com lenha e encerar o chão. Mas, acima de tudo, levavam uma vida de alto valor. Uma vida de dentro para fora. Uma vida de doação.

Às vezes, me pergunto o que fizemos para nos distanciar tanto de uma coisa dessas, tão sagrada, chamada tradição. O que aconteceu com a nossa geração? Rompemos com o que fazia mal, mas esquecemos também no passado o que fazia bem. Esquecemos que ninguém é feliz sozinho. Que não frutifica viver sozinho, preso em um apartamento criando plantas e assistindo ao jornal. Que tudo passa. Então, é importante que criemos no dia a dia as nossas memórias em comunidade. Esquecemos que a vida vai acabar, e o que fizermos agora, e com quem fizermos, determinará o que de nós restará. Que planta só é planta porque tem raiz, e que barco só navega porque tem um cais.

[ Mais notícias ]