Colunista do jornal OPINIÃO CE, o professor de Filosofia e escritor Felipe Feijão acaba de lançar o livro “O Frango Morto que Voou”. Composta por 50 crônicas, a obra é baseada sem precedentes da história mundial que ocorreram durante a pandemia de covid-19. Segundo o autor, o manuscrito é coletivo, uma vez que reúne fatos noticiados, filosofia, literatura e suas críticas pessoais.
“Não é só uma coisa minha individual, é uma coisa coletiva. Os textos são da coletividade, justamente porque trato de temas, de notícias, que não são necessariamente da minha vida, coisas particulares e individuais. Meu interesse é o público, é o coletivo, é o social e, claro, com críticas e política, como já venho fazendo nos textos e na minha coluna”, afirma.
Escrito ao longo de um ano e oito meses, entre janeiro de 2021 e agosto de 2022, as crônicas seguem uma ordem cronológica semanal. “São 50 textos, quase um ano todo, pois teve alguns meses que achei interessante pular”, pontuou Feijão. Conforme compartilhou, em entrevista ao OPINIÃO CE, entre as inspirações do autor, além de episódios inimagináveis da pandemia, está o livro do grande poeta Carlos Drummond de Andrade, “De notícias e não notícias faz-se a crônica”.
“A obra de Drummond de Andrade parte de fatos que aconteciam e saiam no jornal. Ele começa com a notícia e comenta aquilo com pensamentos, reflexões. O meu livro foi muito disso mesmo. Eu vejo que partindo de uma notícia, você pode comentar aquilo, colocar referências da sua formação, seja filosófica, que é o meu caso, ou literária, e enriquecer o texto. No meu caso, teve sempre o fio condutor da pandemia”, explicou.
Acerca do nome do livro, Feijão explana que a inspiração veio de um aparecimento de violência ocorrido em Fortaleza, no começo de 2022. “Realmente um frango morto voou, mas não foi por ele próprio, houve ação humana. Eu gostei desse título pois ele dá ideia de uma coisa surreal, mas muito real. Quer dizer, você pode até ver uma pegada de surrealismo mágico, mas não tem, é pura realidade com ação dos seres humanos. Foi uma coisa trágica e que pode, para quem ler o título assim, parecer cômico, mas não foi uma situação cômica. Foi trágico”, esclarece.
Anteriormente, os textos que compõem a obra foram publicados no jornal O Estado, com circulação em Fortaleza. Após reunir as crônicas em um só exemplar, o autor submeteu o manuscrito a uma seleção da editora Penalux, de Guaratinguetá, em São Paulo. Aceito e publicado, hoje, o livro é disponibilizado pelo site da editora e, futuramente, em outras plataforma digitais.