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20 de abril de 2025

Fé e tradição marcam Festa de São Pedro dos Pescadores, na Beira-Mar

Em celebração ao santo protetor dos pescadores, evento acontece desde a década de 1930
Foto: Beatriz Boblitz

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Em celebração e alusão à data da morte do santo protetor dos pescadores, a tradicional Festa de São Pedro dos Pescadores aconteceu nesta quinta-feira, 29. Realizado pela Colônia de Pescadores Z8, com apoio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor), o evento ocorreu nas proximidades da igreja do padroeiro, no Mucuripe. A festa visa reafirmar a cultura litorânea cearense. 

“A Festa de São Pedro foi o primeiro bem imaterial tombado em Fortaleza, o que reflete a força da crença fortalezense, a tradição de Fortaleza e a história de nossa cidade. Nós esperamos, cada vez mais, estar contribuindo para manter a nossa tradição, manter a fé do nosso povo e fazer com que a Festa de São Pedro, através do dossiê que está sendo elaborado pela Secretaria de Cultura de Fortaleza, fique imortalizada na história do povo de Fortaleza”, ressaltou o titular da Secultfor, Elpídio Nogueira, ao OPINIÃO CE.

Foto: Beatriz Boblitz

Neste ano, a programação iniciou com a missa, seguida da procissão de jangadas, em direção à Barra do Ceará. Durante a procissão, a imagem de São Pedro embarca com os pescadores em alto mar. O retorno da imagem à Igreja aconteceu pela noite, durante a última missa celebrativa do dia. Além das missas e procissão fluvial, para quem permaneceu na Matriz, a festividade contou ainda com barracas, bazar, rifas, fogos de artifício, brincadeiras, comidas típicas, cantos, rezas, e shows das bandas Os Muringa e Veteranos do Forró.

Pelas redes sociais do titular da Secultfor, o dono de embarcação Raimundo Antônio elogiou a organização da celebração: “Eu cheguei em Mucuripe em 1954 e já fui no meio da Festa, visto que meus pais eram católicos. Hoje nós temos uma ajuda muito boa da Prefeitura, que organiza a Festa aqui na Igreja de São Pedro”, disse. A gerente de Patrimônio Imaterial da Secultfor, Graça Martins, destaca que a procissão fluvial da festividade é um movimento ímpar em todo o Estado.

“Essa festa conta a história dos pescadores. A procissão marítima que nós temos é a única do Estado, e tem que ser mantida. Hoje tivemos 30 velas para a procissão. Ano que vem estaremos aqui de novo, se São Pedro permitir, mostrando a cidade e oferecendo à comunidade o dossiê da revalidação do registro”.

Foto: Beatriz Boblitz

PRIMEIRO BEM IMATERIAL DE FORTALEZA

A festividade acontece desde a década de 1930, numa celebração de grande importância para a memória de toda a comunidade pesqueira. Por conta da pandemia de covid-19, o evento não ocorreu nos anos de 2020 e 2021, sendo retornado apenas no ano passado. Além disso, a Festa de São Pedro dos Pescadores, a igreja homônima no Mucuripe e o seu entorno representam o primeiro bem imaterial registrado de Fortaleza. Proposto e legitimado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic), com base na Lei nº 9.347/2008, o registro reconhece e protege a vivência coletiva do trabalho, a religiosidade, o entretenimento, as artes e diversas outras práticas sócio-culturais de valor inestimável para a cultura cearense.

Foto: Beatriz Boblitz

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