O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, lançou, neste sábado (7), o “Algodão do Ceará”, variedade de algodão de fibra longa desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Algodão. O anúncio foi feito durante o Encontro de Produtores Rurais do Cariri, evento que acontece até este domingo (8) no campo experimental da Embrapa Algodão, em Barbalha, na ExpoCariri.
O Estado já foi o segundo maior produtor de algodão do Brasil, com 1,3 milhão de hectares plantados, em 1976. A partir da década de 1980, no entanto, a praga do bicudo-do-algodoeiro e mudanças no modelo de financiamento da lavoura praticamente extinguiram a produção. Atualmente, projetos vêm sendo desenvolvidos para retomar a produção do algodão.
Amílcar, neste fim de semana, destacou que a ideia da ação é revitalizar a cotonicultura por meio de um produto de alto valor agregado. “Juntos, com a Fiec [Federação das Indústrias do Estado do Ceará] e Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas], vamos resolver o problema da nossa cotonicultura”, disse. Na ocasião, também estavam presentes o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, e o senador e ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PSB). O parlamentar, no momento, elogiou o trabalho feito pela Faec e se colocou à disposição para contribuir com o desenvolvimento do agro no Ceará.
O Ceará passa, desde meados de outubro e até o dia 31 de dezembro, está no período de Vazio Sanitário do Algodão, quando está proibido qualquer tipo de plantação do produto, com o objetivo de prevenir a proliferação do Anthonomus grandis, conhecido como bicudo-do-algodoeiro, principal praga desse cultivo. Também participaram do evento, na ExpoCariri, o diretor técnico do Sebrae Ceará, Alci Porto, o secretário-executivo do Agronegócio da SDE, Silvio Carlos, e o prefeito de Barbalha, Guilherme Saraiva.
SDA VISA ESTIMULAR A PRODUÇÃO
A Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), com o intuito de estimular a cotonicultura, investiu R$ 812 mil no projeto Algodão Agroecológico, implementado em 29 municípios. A boa colheita foi motivo de celebração dos agricultores das cidades localizadas no semiárido cearense.
“Temos clareza da importância econômica e histórica que tem o algodão para o Ceará e para o Nordeste. Então, na última safra [2023/2024], a partir de uma parceria muito forte com Associação dos Produtores de Algodão do Estado do Ceará (Apaece), o Governo do Ceará, via SDA, fez investimentos da ordem de R$ 812 mil para a retomada qualificada e segura da produção do algodão no Ceará”, explicou o secretário-executivo da SDA, Marcos Jacinto.
Conforme o titular, a decisão de investir na revitalização da cotonicultura se deu após convite da entidade em reunião na sede da secretaria. “A Apaece desenvolve o Ouro Branco e, a partir deste projeto, a entidade convidou o Governo do Estado para fazer parte do arranjo institucional e fortalecer a produção algodoeira. Já nesta safra 2024, o Governo do Ceará investiu diretamente R$ 280 mil em sementes e R$ 532 mil em bioinsumos para a produção de algodão agroecológico, somando 634 hectares de algodão em caroço”, destacou Marcos Jacinto.