O pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner (União Brasil), afirmou que vai oficiar órgãos públicos para garantir a lisura no processo eleitoral deste ano de 2024. Recentemente, o Estadão realizou uma matéria em que aponta a atuação de facções criminosas durante as Eleições Municipais de 2020 no Ceará. Em uma situação mais específica, facções teriam atuado para evitar que pessoas votassem em candidatos apoiados por Wagner, conforme o veículo paulista.
Segundo Wagner, em entrevista ao OPINIÃO CE, o que o deixa mais assustado é não ver o movimento institucional para evitar que tal ocorrência se repita. “Nem a Secretaria de Segurança [Pública e Defesa Social], nem a Assembleia [Legislativa do Estado do Ceará], TRE [Tribunal Regional Eleitoral do Ceará] e Ministério Público [do Estado do Ceará]”, afirmou.
Como completou o pré-candidato, ele vai oficiar órgãos como a Procuradoria-Geral da Justiça do Ceará (PGJ-CE), o TRE-CE e a SSPDS, visando criar uma “força-tarefa” que atue contra a possibilidade de retorno das facções no processo eleitoral. O presidente do Diretório Estadual do União Brasil no Ceará deu um exemplo em que essa interferência poderia impactar na lisura das eleições.
“Imagina uma urna que está em um local dominado por uma determinada facção e a pessoa quer votar no candidato que é contrário ao candidato da facção. [Lá] a facção vai eleger o vereador e o prefeito que quiser. Isso não pode ser assim”, afirmou.
Para o pré-candidato, é necessário uma “garantia mínima” para que o pleito seja, “de fato”, um processo democrático no qual as pessoas tenham a liberdade de escolher quem quiserem. Ainda conforme Wagner, o crime se infiltrou “não só na política”.
ATUAÇÃO DE FACÇÕES NAS ELEIÇÕES
Segundo o Estadão, uma investigação da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), atuou para prender uma acusada de ser uma das lideranças de uma das facções que atuam no Estado, em novembro de 2020. Em acesso ao celular da mulher, verificaram que ela recebia informações sobre movimentações políticas em cidades do Litoral Leste cearense.
Em uma das conversas, um dos integrantes afirma que deu apoio financeiro a alguns candidatos a prefeito e vereadores em cidades da região. Como retorno, ele receberia futuros cargos. Ainda na troca de mensagens, há um “salve” (determinação) da organização com a proibição de apoio a candidatos aliados a Capitão Wagner.
“Tô ainda virado de ontem, e graças a Deus, o homem entrou, nosso vereador, nosso prefeito. Tu é doido, eu agradeço demais pela força que tu me deu, por falar daquele negócio do Capitão Wagner. O outro candidato do 40 tinha um vídeo no Instagram dele com o Capitão Wagner postando apoio a ele. Aí eu fiz só pegar, pedi o salve ao menino aqui, mandaram o salve e eu rasguei no meio do mundo”, diz uma das mensagens obtidas pelo Estadão.