Antonio Rodrigues
Correspondente no Interior
antonio.rodrigues@opiniaoce.com.br
Após três anos da última edição, a Exposição Centro-Nordestina de Animais e Produtos Derivados, a popular Expocrato, e seu festival retornam, a partir deste domingo, 10, no Parque Pedro Felício Cavalcanti, com grande expectativa pelos empreendedores, criadores de animais e agricultores. A estimativa é que o evento movimente aproximadamente R$50 milhões nos seus oito dias.
A exposição de animais e produtos derivados reunirá criadores, agropecuaristas, fazendeiros, grandes e pequenos produtores de todo o Ceará e estados vizinhos, como Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Ao todo, cerca de 10 mil animais são expostos, sendo um dos principais eventos do tipo no Norte-Nordeste do País.
O número de animais de grande porte, inclusive, já atingiu sua capacidade máxima de 535, obrigando a construção de um novo pavilhão para atender a demanda. “Hoje, é uma marca forte a nível nacional, se consolidando como uma das maiores feiras agropecuárias do Nordeste, a maior do interior, sem dúvidas”, projeta o presidente do grupo gestor de feira agropecuária, o empresário Gonzaga Melo.
Com a ausência do evento, Gonzaga aponta o grande impacto para os expositores. Hotéis e pousadas de Crato e Juazeiro do Norte já tem grande parte de suas reservas feitas – nos últimos dez anos, o número de leitos quase dobrou, passando de 1.200 a 2.200, segundo estimativa da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Sustentável de Crato (Seturdes). “Desde março, recebemos consultas de reservas”, reforça o empresário.
A Expocrato também se tornou importante espaço para a agricultura familiar. Dos produtores de cana de açúcar e mandioca e seus derivados, mais de 100 famílias são beneficiadas. No local, funciona uma feira agroecológica que envolve mais 30 produtores.
Os produtores que administram o engenho que funciona dentro do Parque Pedro Felício Cavalcanti estimam que mais de 100 pessoas estarão envolvidas direta e indiretamente ligadas à produção de cana de açúcar. “Há cortador de cana, caminhoneiro, condutor de lenha, de cana, os produtores. Por isso, vamos nos organizar”, comemora o produtor Antonio Bernardo, do sítio Coité.
Do Sítio Malhada, no Assentamento São Silvestre, são 60 pessoas da Associação Padre Frederico dependentes das vendas de tapioca, beiju, goma, farinha, entre outros. “É um trabalho que rende para um ano inteiro”, ressalta o agricultor e presidente da associação José Ferreira. A Associação estima um ganho de R$50 mil injetados diretamente em 11 famílias que cuidam da casa
de farinha.
A Arte Produções, que organiza a Expocrato, estima que entre 1.400 e 1.600 pessoas, no total, trabalham por noite. Com artistas nacionais, a média de público chegou a 30 mil pessoas por dia. O setor comercial cratense é um dos que mais comemora o retorno do evento. Neste período, as vendas chegam a ser 30% acima de um mês comum, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
O município contabiliza um impacto de R$1 milhão na arrecadação por causa do evento. “É a nossa principal fonte de renda. Nessa época, também muitos cratenses que moram fora chegam aqui, e aumenta o consumo”, explica a gerente comercial Mônica Dantas.