A Vara Única da comarca de Farias Brito, no Cariri cearense, acatou denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) e condenou o ex-presidente da Câmara de Vereadores daquele município, Francisco Pereira Oliveira, conhecido como “Chico da Betânia”, a 11 anos e 16 dias de prisão, além de 61 dias-multa. O ex-parlamentar foi condenado por manter um esquema de “rachadinha” no gabinete dele nos anos de 2015 e 2016.
À época, Francisco Oliveira teria obrigado servidoras, ameaçando-as de exoneração, a devolver parte dos salários ao vereador.
Conforme a denúncia do MPCE, nos anos de 2015 e 2016, Chico da Betânia se valeu da condição de presidente e gestor da Casa legislativa para exigir para si parte dos vencimentos de servidoras, como condição de nomeação e permanência delas nos respectivos cargos. Quando Francisco Pereira convidou as mulheres para compor o quadro da Câmara Municipal, ele já estabeleceu a obrigação de repasse dos valores. E elas, por necessidade do trabalho e posterior temor da exoneração, cederam às exigências.
O esquema foi corroborado pelos depoimentos de cinco servidoras e uma testemunha de acusação. Elas confirmaram que Francisco Oliveira exigia a devolução de parte dos valores no período em que esteve na presidência da Câmara de Vereadores de Farias Brito. A reportagem tentou contato, via e-mail, com a Câmara Municipal de Farias Brito, para saber se a mesa diretora externaria algum posicionamento sobre o caso. Até o fechamento, no entanto, não houve retorno.