Voltar ao topo

20 de janeiro de 2025

Estudo diz que gás consome 22% do orçamento de serviços básicos dos mais pobres

Compartilhar:

Pesquisa da Kantar em 4.915 domicílios foi feita em 2021, quando ainda não era possível sentir efeitos do mega-aumento promovido pela Petrobras nos combustíveis

Foto: Natinho Rodrigues

Os gastos com gás de cozinha vendido em botijões de 13 kg comprometem 22% do orçamento doméstico destinado a serviços públicos das famílias mais pobres do Brasil, o que inclui energia elétrica, água, esgoto, telefone e impostos. Para os mais ricos, a parcela é de 13%.

É o que diz o estudo realizado pela consultoria Kantar em 4.915 domicílios, em 2021, quando ainda não era possível sentir os efeitos do mega-aumento promovido pela Petrobras nos combustíveis.

Segundo o levantamento, a elevação do preço do gás é especialmente crítica entre as classes mais baixas. O estudo da Kantar mostra ainda que, entre 2020 e 2021, a parcela do orçamento gasta com gás de cozinha aumentou 25% para as famílias de classes D e E.

Nas classes A e B, o mesmo gasto teve alta de 16%. Para os mais pobres, o custeio do gás é o segundo maior gasto em serviços, empatado com água e esgotos e atrás apenas da energia elétrica, que, em 2021, correspondeu a 51% do orçamento de serviços nessas classes.

O estudo também mostra que, quando se consideram todas as classes sociais, o gás ocupa o terceiro lugar no orçamento dos serviços básicos das famílias, perdendo para água e luz. No entanto, entre 2020 e 2021, todas as classes viram crescer a parcela de custeio com o insumo. Embora o aumento seja generalizado, os impactos do preço são sentidos de forma diferente entre as famílias, principalmente nas periferias, onde estão os lares de menor renda.

Com dificuldade para comprar alimentos, usar gás de botijão no cozimento torna-se, muitas vezes, inviável.
Para tentar diminuir os impactos do custo do gás nas famílias em 2021, após sucessivos reajustes da Petrobras, o Congresso aprovou projeto que pevê a distribuição de um vale no valor de 50% da média do preço do botijão de 13 kg nos últimos seis meses, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ANP).

O Auxílio Gás passou a pagar, em dezembro, a quantia a famílias que fazem parte do Cadastro Único (CadÚnico). A Petrobras prevê um orçamento de R$ 270 milhões para diminuir os impactos do aumento dos preços nas famílias de baixa renda e realiza doações de auxílios para compra de gás a comunidades nos arredores de onde opera, além de destinar também doações de gás em todo o País para instituições que realizam arrecadação de alimentos e que fornecem alimentação para pessoas em situação de rua em grandes centros urbanos. (Folhapress)

 

[ Mais notícias ]